Agência France-Presse
postado em 25/01/2017 16:47
A Polícia alemã anunciou nesta quarta-feira (25/1) que desmantelou um grupo de extrema-direita suspeito de planejar ataques antissemitas contra refugiados e policiais.
A operação, que mobilizou cerca de 200 agentes, aconteceu simultaneamente em várias regiões do país, incluindo na capital, Berlim, com buscas em uma dezena de casas, segundo a procuradoria federal antiterrorista alemã.
O alvo: seis suspeitos de serem os membros fundadores de um pequeno grupo disposto a passar à ação violenta. Dois deles foram colocados em prisão preventiva.
São suspeitos "desde a primavera (boreal) de 2016 de planejar ataques armados contra a polícia e representantes do governo, requerentes de asilo e membros da comunidade judaica", indica um comunicado da procuradoria.
Explosivos, "uma grande quantidade de munição" e armas foram encontradas. A Justiça reconheceu, no entanto, "não dispor de elementos concretos sobre a preparação iminente de um ataque".
O grupo visado é próximo do movimento "Reichsburger" (cidadãos do Reich alemão), nostálgicos da Alemanha imperial de antes de 1914 para uns e do Terceiro Reich de Adolf Hitler para outros, composto por milhares de pessoas.
O grupo reúne uma multidão heterogênea de neonazistas, adeptos da teoria da conspiração e até mesmo esotéricos.
"Existe uma proximidade ideológica evidente" entre as pessoas cujas residências foram revistadas nesta quarta-feira e este movimento, indicou a procuradoria.
Vigiado há tempos, o "Reichsbürger" ficou conhecido por se recusar a reconhecer a administração alemã, a pagar seus impostos, contribuir para a previdência social e multas.
De acordo com fontes próximas à investigação, alguns membros do grupo chamam uns aos outros de "druidas celtas".
Um deles em particular, um druida auto-proclamado de cerca de 60 anos, proclamava na internet atos de violência contra muçulmanos e judeus.
Essas ameaças passaram a ser levadas a sério pelas autoridades principalmente após uma série de assassinatos de caráter racista nos anos 2000 por um grupo neonazista.
De acordo com a Inteligência interna alemã, o movimento do "Reichsbürger" tem atualmente cerca de 10.000 membros.