Agência France-Presse
postado em 26/01/2017 19:15
O secretário argentino para os Direitos Humanos, Claudio Avruj, defendeu nesta quinta-feira (26/1)as novas medidas de controle migratório do governo de Mauricio Macri, negando que constituam discriminação ou xenofobia.
"Atuar mais nos controles não implica em xenofobia ou discriminação", disse Avruj em declarações à rádio El Mundo.
O secretário destacou que a "Argentina tem sofrido nos últimos anos um avanço do narcotráfico, do tráfico de pessoas, da lavagem de dinheiro e de crimes transacionais".
O funcionário se referia à criação de uma Comissão Nacional de Fronteiras e ao lançamento de um sistema que obriga as empresas aéreas a antecipar os nomes de seus passageiros, medidas promovidas por Macri.
Segundo Avruj, a Argentina seguirá "dando as boas-vindas a todos que venham trabalhar, investir ou estudar" no país, e os controles "têm a ver com aqueles que têm pendências penais e consideram que a Argentina é um lugar fácil para cometer crimes".
A ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich, declarou que peruanos e paraguaios chegam ao país para se matar pelo controle do tráfico de drogas e manifestou a necessidade de "ordenar nossas relações com Paraguai, Bolívia e Peru".
O ministro boliviano do Interior, Carlos Romero, reagiu qualificando as declarações de Bullrich de xenófobas e discriminatórias.
"A chancelaria vai convocar a representação diplomática, o embaixador argentino acreditado na Bolívia (Normando Álvarez), com o objetivo de pedir explicação (...) por estas declarações desastrosas".
"Devemos rejeitar este tipo de estigmatização contra nossos compatriotas, que coincide com o discurso xenófobo de (Donald) Trump, declarou Romero em referência ao presidente dos Estados Unidos.