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Justiça alemã investiga ex-presidente da Volkswagen pelo 'dieselgate'

O ex-dirigente, de 69 anos, que se gabava de conhecer "cada parafuso" de seus veículos, desmentiu saber da manipulação durante o verão de 2015, como suspeitam as autoridades americanas

Agência France-Presse
postado em 27/01/2017 10:26
A promotoria de Brunswick, norte da Alemanha, anunciou nesta sexta-feira que está investigando o ex-conselheiro-delegado da Volkswagen, Martin Winterkorn, por seu envolvimento no caso dos motores adulterados, o chamado ;dieselgate;.

"O número de pessoas indiciadas passou de 21 a 37. Entre, está Martin Winterkorn", afirmou a promotoria em um comunicado.

A fonte também indicou ter elementos suficientes de Winterkon estaria a par da execução da fraude.
Winterkorn negou todas as acusações na semana passada, ao ao depor ante uma comissão parlamentar alemã, e afirmou que nunca soube nada sobre manipulação dos motores a diesel do grupo até o escândalo ter vindo à tona em setembro de 2015.

O ex-dirigente, de 69 anos, que se gabava de conhecer "cada parafuso" de seus veículos, desmentiu saber da manipulação durante o verão de 2015, como suspeitam as autoridades americanas.

As autoridades americanas, que acabam se assinar com a Volkswagen um acordo para encerrar por 4,3 bilhões de dólares o processo penal do caso, além dos 17,5 bilhões de dólares em indenizações, acusam claramente a antiga direção da fabricante desde a recente acusação por fraude de Olivier Schmidt, um dos executivos do grupo.

Segundo a confissão de Schmidt ao FBI, a direção da VW foi informada sobre a manipulação em meados de 2015, mas decidiu não falar nada.

A Volkswagen aceitou declarar-se culpada por "conspiração" e "obstrução da justiça" por ter destruído documentos para encobrir sua atuação às autoridades dos EUA, mas o acordo final de 86 páginas, consultado pela AFP, não esclarece as responsabilidades dentro do grupo.

Este tema é crucial na Alemanha, onde as autoridades de Brunswick receberam mais de 1.400 queixas de acionistas que se estimam prejudicados pela comunicação tardia do grupo, e pedem mais de 8 bilhões de euros por perdas e danos.

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