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Ativistas de direitos humanos do Paquistão desaparecidos são encontrados

Os ativistas estavam desaparecidos desde janeiro

postado em 28/01/2017 17:58
Islamabad - Dois ativistas paquistaneses dos direitos humanos, desaparecidos há mais de duas semanas, junto com três blogueiros - ainda não encontrados -, voltaram a suas casas, anunciaram neste sábado suas famílias e a polícia.

Salman Haider, poeta e professor universitário, que desapareceu em Islamabad em 6 de janeiro, está "são e salvo", declarou à AFP um parente, confirmando as informações de uma fonte policial.

Um segundo ativista também foi encontrado bem, segundo um familiar questionado pela AFP, que pediu para não revelar a identidade do ativista.

Os outros três militantes, desaparecidos - sem deixar rastros - quase simultaneamente no início de janeiro, continuam em um paradeiro desconhecido. Não foi feita nenhuma reivindicação pública.

Os cinco homens desapareceram em várias cidades do país no início de janeiro.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch mencionou um possível envolvimento de agentes estatais, mas o governo negou. A ONU e a Anistia Internacional também se mostraram preocupadas.

À medida que a sociedade civil se mobilizava pelos desaparecidos, as acusações de blasfêmia contra os ativistas foram aumentando nas redes sociais, desatando uma onda de ameaças de morte no país, muito conservador.

Ao menos 17 pessoas estão no corredor da morte após serem condenadas por blasfêmia e tantas outras foram assassinadas com base apenas em acusações.

Os defensores dos direitos humanos criticam há muito tempo a lei que castiga a blasfêmia, herdada da colonização britânica e muitas vezes manipulada para resolver problemas pessoais.

O Paquistão vive uma onda de desaparecimentos forçados na última década, principalmente nas áreas de conflito próximas à fronteira com o Afeganistão ou no Baluchistão, onde há um movimento separatista.

Segundo os grupos de defesa dos direitos humanos, os ativistas da sociedade civil, como jornalistas, são objeto de pressões por parte dos serviços de segurança e dos grupos extremistas armados, incluindo os talibãs.

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