Agência France-Presse
postado em 01/02/2017 08:53
A Coreia do Sul deixou de entregar novos vistos ou prorrogações de visto aos professores chineses dos Institutos Confúcio na península, em um contexto de tensão pela mobilização de um escudo antimísseis americano, segundo a imprensa e um responsável.
Centenas de Institutos Confúcio no mundo promovem a língua e a cultura chinesas. Na Coreia do Sul foram abertos dezenas de centros, associados a universidades locais.
Mas Seul e Pequim se enfrentam pela mobilização na Coreia do Sul de um sistema antimísseis americano THAAD teoricamente destinado a contrabalançar a ameaça da Coreia do Norte, que multiplicou em 2016 os disparos de mísseis e realizou dois testes nucleares.
Esta mobilização preocupa Pequim, que considera que um sistema antimísseis pode afetar suas próprias capacidades balísticas.
Como forma de represália velada a Seul, restringiu as apresentações de estrelas do pop coreano na China.
A agência sul-coreana Yonhap indicou que os serviços de imigração sul-coreanos deixaram de entregar novos vistos ou prorrogar os existentes aos professores chineses.
Um responsável da Universidade Nacional de Andong, no sul da Coreia do Sul, que tem um Instituto Confúcio que emprega sete professores chineses, confirmou estas informações.
"Todos os vistos para os novos professores são negados desde o fim de 2016", disse.
Estes professores são contratados e pagos pelas autoridades chinesas, infringindo as regras que estipulam que os detentores de vistos devem ser contratados e pagos por empregadores sul-coreanos, segundo a mesma fonte. "A prática foi tolerada durante anos até recentemente", acrescentou.