Agência Estado
postado em 01/02/2017 14:52
O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou nesta quarta-feira (1/2) que não irá concorrer à presidência da Coreia do Sul, em um anúncio surpresa que remove um dos principais aspirantes ao cargo após o impeachment da presidente Park Geun-hye.
A retirada de Ban, que era considerado o único político conservador com grandes chances de vitória, fortalece a candidatura do liberal Moon Jae-in, que tem liderado as pesquisas de opinião desde a eleição de Park, em dezembro.
Em uma coletiva de imprensa anunciada às pressas, o ex-secretário-geral afirmou que gostaria de utilizar seus dez anos de experiência na ONU para resolver a crise nacional. Ele disse, no entanto, que seu "patriotismo puro" e sua intenção de reformar a política foram profundamente danificados por calúnias políticas e outras formas de "notícias falsas" que o atingiram.
Ban não detalhou, mas sua figura tem enfrentado crescente questionamento na imprensa por sua competência política e alegações de corrupção.
"Também fiquei bastante desapontado pelas atitudes ultrapassadas, tacanhas e egoístas de alguns políticos, e cheguei à conclusão de que não faz sentido trabalhar com eles", disse.
O cenário político sul-coreano está revirado desde que um escândalo massivo atingiu Park e sua confidente, levando milhões de pessoas às ruas em protesto. Para promotores, Park deixou sua amiga Choi Soon-sil utilizar a máquina pública para, com seu apoio, extorquir dinheiro de empresas em troca de favores do governo.