Agência France-Presse
postado em 03/02/2017 12:49
O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira o Irã de estar "brincando com fogo", depois que a República Islâmica considerou seu aviso sobre o último teste de mísseis como infundado e provocador.
Em uma série de tuítes publicados pela manhã, Trump escreveu: "O Irã está brincando com fogo - eles não apreciam o quão ;gentil; o presidente Obama foi com eles. Mas não eu".
Mas este foi apenas o segundo de cinco tuítes publicados entre as 06h24 e as 06h48 locais (09h24 e 09h48 de Brasília).
O primeiro da série tratou da polêmica entre Trump e Arnold Schwarzenegger, e os demais abordaram temas variados, como sua conversa com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, reuniões com líderes empresariais e manifestantes anti-Trump.
Na quinta-feira (2/2), o governo Trump parecia estar disposto a impor novas sanções ao Irã, no que seria a primeira evidência concreta da postura mais dura do novo presidente, horas após ele e seu assessor de segurança nacional alertarem o Irã pelos testes de mísseis e pelo apoio aos rebeldes iemenitas.
As sanções devem ser aplicadas a indivíduos ou entidades ligados ao programa de mísseis do Irã e serão tomadas sob os poderes presidenciais existentes, disseram fontes próximas à Casa Branca.
As medidas devem replicar ações do governo do ex-presidente Barack Obama, que impôs como alvo as empresas e o Comando de Mísseis da Guarda Revolucionária após testes anteriores.
Questionado por um repórter se a ação militar era uma possibilidade, Trump disse: "Nada está fora da mesa".
Na quarta-feira (1;), o conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, insistiu que o teste de mísseis era um desafio à Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU. Ela convoca o Irã a não testar mísseis capazes de lançar uma arma nuclear.
O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi, afirmou que estas alegações são "sem fundamento, repetitivas e provocativas".
O Irã confirmou que havia testado um míssil balístico, mas negou ter violado os termos do acordo nuclear.
Teerã afirma que seus mísseis não violam as resoluções da ONU porque eles são apenas para fins de defesa e não se destinam a transportar ogivas nucleares.
Segundo a imprensa americana, os Estados Unidos pretendem reforçar as sanções contra o Irã.
As autoridades do país devem anunciar novas sanções, depois das afirmações de Flynn de que "advertiu oficialmente o Irã" sobre seus testes de mísseis e o apoio a rebeldes no Iêmen.
Segundo o canal CNN, as sanções poderão ser impostas a indivíduos, ou organismos, vinculados ao programa balístico do Irã.
As novas sanções colocam em risco o acordo alcançado entre seis potências ocidentais e o Irã em julho de 2015 para que o país suspendesse seu programa nuclear em troca do alívio dessas medidas.