Agência France-Presse
postado em 03/02/2017 18:15
O papa Francisco solicitou aos cardeais encarregados de vigiar as finanças do banco do Vaticano (IOR) que deixem de assistir as reuniões do Conselho de Administração, composto somente por laicos, informou nesta sexta-feira o Vaticano.
"Francisco pediu aos cardeais que a partir deste ano não assistam às reuniões do Conselho de Administração da entidade a fim de diferenciar os papéis de cada um" no Instituto para as Obras de Religião (IOR), melhor conhecido como o banco do Vaticano.
Toda decisão sobre o banco do Vaticano é muito importante pois no passado foi centro de vários escândalos por lavar dinheiro da máfia e abuso de poder.
Os seis cardeais que faziam parte da comissão de cardeais de vigilância do banco se transformam agora em um grupo independente, "separado e distinto", como estabelecem os estatutos, explicou o porta-voz da Santa Sé, Greg Burke, em um comunicado oficial.
O Vaticano confirmou a informação adiantada pelo jornal italiano Il Messaggero que interpretava a decisão papal como uma mudança de tendência.
O IOR, fundado em 1942, tem sido submetido a uma profunda reestruturação após décadas de escândalos.
Iniciada por Bento XVI, a reforma do sistema financeiro do Vaticano foi feita sob o olhar atento do grupo de especialistas Europeia Moneyval, um órgão do Conselho da Europa para a luta contra a lavagem de dinheiro.
Em abril de 2016, o Vaticano anunciou o fim da análise financeira de seu "banco", com o fechamento de quase 5.000 contas "suspeitas".
Desde que assumiu, o papa argentino impulsiona o processo para a aplicação no Vaticano das normas internacionais sobre os procedimentos financeiros.