Agência France-Presse
postado em 06/02/2017 12:59
O Parlamento israelense vota nesta segunda-feira a lei que permitirá a Israel apropriar-se de centenas de hectares de terras palestinas na Cisjordânia ocupada, apesar da preocupação demonstrada pela ONU e, inclusive, pela administração de Donald Trump.
Caso seja aprovada em segunda e terceira leituras, como parece provável, a proposição legalizará o Direito israelense o roubo de terras palestinas, como criticam seus detratores.
Além disso, advertem, será um passo a mais para a anexação, ao menos parcial, da Cisjordânia, algo que alguns ministros reclamam abertamente, como o titular da Educação, Naftali Bennett, líder do partido Lar Judeu, defensor dos colonos.
A lei implicaria a legalização de 3,8 mil moradias israelenses em 53 colônias "selvagens" e outras reconhecidas. No total, seriam desapropriadas 800 hectares de terras palestinas, segundo a ONG Paz Agora.
Desde que Donald Trump chegou ao poder, Israel acreditava ter o caminho livre para a construção de novas colônias, mas os Estados Unidos acabaram por se distanciar, sugerindo que, embora não sejam "um impedimento" para resolver o conflito com os palestinos, elas "não ajudam".
Os palestinos, por outro lado, consideraram a mensagem da Casa Branca alarmante, na primeira reação sobre o delicado assunto desde a posse do novo presidente americano, em 20 de janeiro.
Para eles, a posição de Washington rompe com a política histórica americana e dão aval para a construção de moradias israelenses em território palestino ocupado, a partir do momento em que fica circunscrita no interior das colônias existentes.
Israel, por sua vez, minimizou a importância das declarações e afirmou que o assunto seria esclarecido durante o encontro entre Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no dia 15 de fevereiro nos Estados Unidos.