Agência France-Presse
postado em 06/02/2017 15:02
Autoridades italianas tentavam nesta segunda-feira (6/2) identificar os responsáveis %u200B%u200Bpor uma campanha sem precedentes contra o papa Francisco, lançada em Roma por meio de centenas de cartazes criticando o pontífice.
Os cartazes apareceram durante o fim de semana nos muros de vários bairros centrais da capital italiana e neles se vê a imagem de Francisco, com cara de raiva e uma legenda em dialeto romano.
"A France (Francisco), você tutelou congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais, ma n;do sta la tua misericórdia (onde está a sua misericórdia?)", diz o cartaz em tom irônico.
As acusações a Francisco dizem respeito a problemas que ele teve com os setores mais conservadores da Igreja Católica e da Cúria Romana, a poderosa máquina central da Igreja.
Os dizeres citam, entre outros, a guerra travada com a Ordem de Malta e a aposentadoria forçada do ultraconservador Stefano Manelli, de 83 anos, fundador em 1970 da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada.
Também critica o fato de que o Papa "ignora cardeais", em uma alusão aos quatro cardeais ultraconservadores que pediram publicamente em uma carta datada de setembro que Francisco corrija os "erros doutrinais" de sua encíclica Amoris Laetitia.
A polícia analisa as imagens de câmeras de segurança para tentar determinar os responsáveis pelo ato.
Em um programa de televisão, o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, conhecido por suas posições conservadoras, condenou no domingo "os métodos anônimos, inspirados pelo diabo, que querem semear a divisão".
Sem fazer referência direta ao caso, o Papa falou no domingo durante o Angelus da "difamação e calúnia" entre os católicos.
"Estas sementes arruínam a nossa comunidade, que deveria brilhar por sua acolhida, solidariedade e reconciliação", afirmou.
Segundo o jornal La Stampa, após ser informado da campanha, o Papa reagiu com "serenidade e indiferença".