Mundo

Todos contra Trump: moradores de NY se unem a favor dos imigrantes

Os norte-americanos se mobilizaram contra o presidente dos Estados Unidos, que tentou barrar a entrada de imigrantes e refugiados por 120 dias no país

Gabriela Vinhal
postado em 06/02/2017 17:20

Os norte-americanos se mobilizaram contra o presidente dos Estados Unidos, que tentou barrar a entrada de imigrantes e refugiados por 120 dias no país

A decisão do recém-nomeado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar proibir temporariamente a entrada de imigrantes no país causou revolta nos moradores de Nova Iorque nestas últimas semanas. Um restaurante no Brooklyn, fundado pelo chef neozelandês Mark Simmons, em 2011, incluiu, nos recibos de contas do estabelecimento, a frase "Imigrantes tornam a América melhor. Eles também cozinharam sua comida e serviram você hoje". Os usuários do Uber, por sua vez, boicotaram o aplicativo após considerarem a empresa a favor do presidente e seus ideais.

Em entrevista ao jornal DNAinfo, de NY, Simmons disse que acrescentou a frase na nota para "relembrar a todos, inclusive aos clientes, que os imigrantes são a base para a indústria da hospitalidade do país". A foto do recibo foi compartilhada no Twitter e viralizou em poucos minutos. Ele já acumula mais de 51 mil retuítes e 138 mil curtidas. A frase faz referência ao lema da campanha de Trump "Faça a América boa de novo", relacionada à política contra a imigração no país.

Os norte-americanos se mobilizaram contra o presidente dos Estados Unidos, que tentou barrar a entrada de imigrantes e refugiados por 120 dias no país

[SAIBAMAIS] A reivindicação em prol da imigração tomou proporções maiores e afetou a empresa Uber. No último 28 de janeiro, foi organizada uma grande manifestação no aeroporto internacional JFK, contra a suspensão do programa de admissão de refugiados e veto da entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana "com tendências de terrorismo" nos EUA.

Boicote ao Uber

Em apoio ao protesto, taxistas suspenderam o trabalho na região do aeroporto. A cooperativa se explicou no Twitter: "Os motoristas têm solidariedade aos milhares protestando contra o inumano e inconstitucional banimento de muçulmanos". A conta da Uber de Nova York, entretanto, avisou nas redes sociais que os preços das corridas tinham caído. A atitude foi interpretada por muitas pessoas como ;oportunista;.

Logo após o anúncio, foi criada a hashtag #DeleteUber, que incitou aproximadamente 200 mil usuários a excluírem o aplicativo. Com a movimentação, a empresa voltou ao Twitter para dizer que não era a favor de Trump.

No Facebook, o CEO da Uber, Travis Kalanick, compartilhou um e-mail que havia enviado aos seus funcionários. O texto justifica sua participação no grupo de aconselhamento econômico do presidente americano: "dar voz aos cidadãos". Segundo o The New York Times, a repercussão foi tanta que ele decidiu sair do conselho de Trump. "Participar do grupo não era para ser um apoio ao presidente ou às suas pautas, mas infelizmente, isso foi interpretado exatamente dessa maneira", disse o empresário.

Decreto suspenso

O Tribunal Federal dos Estados Unidos suspendeu na sexta-feira (3/2) o decreto do presidente norte-americano que proibia a entrada, durante três meses, de cidadãos dos sete países de maioria muçulmana, assim como a de todos os refugiados, durante 120 dias. Imigrantes do Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen começaram a desembarcar em solo estadunidense na noite de sábado (4/2). Governo tem até esta segunda (6/2) para justificar o decreto.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação