Agência France-Presse
postado em 07/02/2017 18:16
O suspeito de ser o autor do ataque com um facão contra militares no museu do Louvre, em Paris, admitiu ser Abdallah El-Hamahmy, um egípcio de 29 anos, confirmando as suspeitas da polícia, mas seu estado de saúde piorou consideravelmente nesta terça-feira (7/2).
"A prisão preventiva foi cancelada à tarde por causa da incompatibilidade entre a continuidade desta medida com o estado de saúde do acusado", indicou uma fonte judicial.
O homem, gravemente ferido no ataque e sob custódia em um hospital, havia negado até o dia anterior responder as perguntas da polícia, que queria confirmar sua identidade.
Na segunda-feira (6/2), aceitou falar e "dar uma primeira versão dos fatos", segundo uma fonte judicial.
Na sexta-feira passada (3/2), o agressor, que portava dois facões de 40 centímetros, se lançou contra uma patrulha de quatro militares gritando "Allahu Akbar" ("Deus é o maior", em árabe).
Um militar ficou levemente ferido antes que outro atirasse contra o agressor, ferindo-o.
Os investigadores buscavam determinar o motivo de este homem, aparentemente sem antecedentes, filho de um policial egípcio aposentado, formado em direito e funcionário de uma empresa nos Emirados Árabes Unidos, ter ido a Paris para cometer esta agressão.
O suspeito explicou que não queria agredir os militares, mas tinha a intenção de realizar uma ação com força simbólica contra a França, estragando obras de arte do museu com tintas em spray que levava em sua mochila.
A polícia sabe que Abdallah El-Hamahmy esteve na Turquia em 2015 e 2016 e quer determinar se ele cometeu o atentado sozinho ou seguindo instruções. Também trabalha para confirmar sua identidade.
O homem chegou a Paris em 26 de janeiro com um visto de turista proveniente de Dubai e se hospedou em um apartamento que alugou pela internet em junho, muito antes de entrar com o pedido de visto feito em outubro.
No apartamento a polícia não encontrou nenhuma reivindicação do ataque ou declaração de adesão a um grupo extremista.
Entretanto, os investigadores encontraram em sua conta no Twitter mensagens nas quais parece apoiar o grupo Estado Islâmico (EI).
Para seu pai, ex-policial no Egito, Abdallah El-Hamahmy não havia mostrado sinais de radicalização.