Mundo

Escócia se opõe ao Brexit em contundente votação simbólica

Essa votação coincide com o debate, na Câmara dos Comuns, de uma lei para iniciar o Brexit

Agência France-Presse
postado em 07/02/2017 19:50
O Parlamento escocês votou por esmagadora maioria, nesta terça-feira (7/2), sua rejeição à saída britânica da União Europeia (UE), com uma consulta que não afetará o processo do Brexit, mas que tensiona ainda mais a relação com Londres.

Depois dessa votação simbólica, o governo semiautônomo advertiu que a Escócia não será "humilhada".

Quase 75% dos legisladores escoceses, de todo o espectro político, pronunciaram-se contra o Brexit.

Embora não tenha efeito vinculativo, trata-se de um marco nos últimos 18 anos de história do Parlamento escocês, depois de sua restauração.

O ministro de Negociações da Escócia em seus vínculos com a Europa e parlamentar local, Michael William "Mike" Russell, disse que seu governo "nunca permitirá que a Escócia seja humilhada, e sua escolha democrática rejeitada".

"Nunca, nunca daremos as costas à Europa e ao mundo", garantiu.

Essa votação coincide com o debate, na Câmara dos Comuns, de uma lei para iniciar o Brexit, sem se comprometer a consultar a Escócia nas negociações.

Os líderes dos principais partidos britânicos haviam prometido aos escoceses que seriam considerados "sócios em termos de igualdade", se ficassem no Reino Unido no referendo de independência de 2014, como de fato aconteceu.

Já no plebiscito sobre a UE, a Escócia votou a favor de continuar na Europa, ao contrário de Gales e da Inglaterra, que inclinaram a balança.

"Essa votação é mais simbólica", declarou a chefe do governo regional, Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês (SNP).

"É uma prova-chave para saber se a voz da Escócia é ouvida, e se nossos desejos podem ser acomodados", acrescentou.

Sturgeon ameaçou convocar um novo referendo de independência, mas as pesquisas não apontam o apoio necessário do público para a secessão. Além disso, o governo de Theresa May é contra. Para essa consulta, seria necessária a permissão do Parlamento nacional.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação