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Milhões de flores de São Valentim são inspecionadas em Miami

A importação de flores é uma indústria de 15 bilhões de dólares e 200 mil empregos nos Estados Unidos

Agência France-Presse
postado em 09/02/2017 14:53
A menos de uma semana do dia de São Valentim, quando se comemora o dia dos namorados em muitos países, já se nota a movimentação em restaurantes, hotéis... e na alfândega de Miami, onde cientistas inspecionam milhões de buquês de flores em busca de pragas e drogas.

"O São Valentim se aproxima e é um momento importante para nós, por causa das flores", disse Migdalia Arteaga, porta-voz do Departamento de Alfândegas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, em inglês) à AFP.

"Esta é uma das nossas missões mais importantes, proteger o país contra pragas, que podem destruir o ecossistema ou causar grandes danos", acrescentou.

O sistema pode parecer arcaico, mas se mostra eficiente. Os especialistas pegam um buquê, o levantam no ar, de cabeça para baixo, e dão vários tapinhas para fazer cair qualquer inseto - ou elemento estranho - que possa ter ido parar ali durante a viagem.

A maioria das flores nesta época do ano são rosas que vêm da Colômbia. Os outros três grandes exportadores são Equador, México e Holanda.

Milhões de flores são guardadas em uma câmara refrigerada a 1;C próxima ao aeroporto de Miami. Entre elas, dependendo do país de origem e da propriedade exportadora, os especialistas colhem amostras e examinam com uma lupa.

De um destes ramalhetes sacudidos cai um inseto diminuto, que o inspetor guarda em um pequeno frasco. Após analisá-lo e determinar se se trata de uma espécie exótica, a alfândega devolverá a carga a sua origem, a fumigará ou a destruirá.

Assim, biólogos e insetologistas da CBP examinam dia e noite as mais de 500 milhões de flores que entram ao país por Miami nas três semanas anteriores ao dia dos namorados, em 14 de fevereiro.

"Neste período, nossos especialistas em agricultura do CBP encontrarão cerca de 1.800 insetos em plantas", disse Christopher Maston, diretor da alfândega de Miami do CBP.

"Basta uma só praga vegetal para infligir um grande dano na agricultura doméstica", acrescentou.

A importação de flores é uma indústria de 15 bilhões de dólares e 200 mil empregos nos Estados Unidos, disse Maston.

De acordo com Ken Pyatt, vice-diretor de aviação do condado de Miami-Dade, o aeroporto registra por ano cerca de um bilhão de flores.

"Nove de cada dez flores importadas para os Estados Unidos entram através do aeroporto de Miami", comentou.

Os especialistas também procuram ameaças biológicas intencionais, disse à AFP Linda Cullen, assistente do diretor do CBP.

No entanto, até agora não foi registrada a entrada intencional de plantas, pragas ou doenças forâneas nas importações agrícolas, disse Cullen.

Mas algumas flores trouxeram surpresas.

Segundo Migdalia Arteaga, em carregamentos anteriores foram encontradas drogas injetadas entre as pétalas de rosas, por exemplo.

Nesses casos, acrescentou a porta-voz, a alfândega não confisca o carregamento, mas facilita sua entrada para capturar seus destinatários.

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