Agência France-Presse
postado em 09/02/2017 19:56
A procuradoria panamenha fez buscas nesta quinta-feira nos escritórios da empresa de advocacia Mossack Fonseca, envolvida no escândalo dos papéis de Panamá, como parte das investigações sobre os supostos subornos da construtora Odebrecht.
"Buscas em escritórios de sócios de firma que criou Sociedades Anônimas no Brasil vinculadas à #Lavajato #PanamaPapers", escreveu a Procuradoria-geral do Estado do Panamá em sua conta de Twitter.
A operação Lava Jato revelou subornos de grandes construtoras a funcionários públicos na América Latina entre 2005 e 2014.
Guillermina McDonald, advogada da Mossack Fonseca, confirmou a jornalistas que dois promotores chegaram às instalações da companhia, sem dar mais detalhes.
Vários países da América Latina estão realizando investigações sobre supostos subornos da Odebrecht em troca de contratos públicos.
Durante mais de uma década, a empresa manteve este "esquema de corrupção maciça", pagando cerca de 800 milhões de dólares em subornos a funcionários de governos em três continentes, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
No Panamá, a construtora pagou, entre 2010 e 2014, mais de 59 milhões de dólares em subornos em troca de contratos avaliados em mais de 175 milhões de dólares, segundo a mesma fonte.
Ramón Fonseca Mora, fundador da Mossack Fonseca, disse em sua conta do Twitter que ele e seu sócio, Jürgen Mossack, comparecerão à promotoria voluntariamente para "esclarecer qualquer assunto".
"Não temos nada a ver com Odebrecht nem com Lava-Jato", escreveu Fonseca.
O escritório de advocacia Mossack Fonseca ficou conhecido internacionalmente após a publicação dos chamados papéis de Panamá, um vazamento que revelou como foram criadas, a partir dessa empresa, sociedades para supostamente evadir impostos em escala mundial ou esconder dinheiro procedente de atividades ilícitas.