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Expansão de colônias 'não é boa para a paz', diz Trump a Israel

Após 70 anos de conflito, o presidente dos EUA afirma que o acordo é "bom para todas as partes"

Agência France-Presse
postado em 10/02/2017 13:48

O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira ao jornal Israel Hayom que o desenvolvimento das colônias israelenses "não é bom para a paz", em sua primeira tomada de posição sobre a questão desde que chegou à Casa Branca.

[SAIBAMAIS]Num tom claramente tistinto ao de algumas de suas declarações de campanha, a fala de Trump parece um apelo direto à contenção, em um momento em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parece ter adotado uma postura de aceleração das construções israelenses em territórios palestinos ocupados.

Após 70 anos de conflito, Trump diz "querer a paz" e um acordo "bom para todas as partes". Mas israelenses e palestinos devem se mostrar "razoáveis", declarou ao jornal do magnata Sheldon Adelson, que apoia o governo de Netanyahu.

A chegada do bilionário à Casa Branca foi comemorada por Netanyahu como uma "chance formidável", após oito anos de "pressões" da administração de Barack Obama principalmente a respeito da colonização e do Irã.

Naftali Bennett, importante figura do governo mais à direita da história de Israel, afirmou que a ideia de criar um Estado palestino independente coexistindo com Israel ("solução de dois Estados" defendida pela comunidade internacional) seria enterrada com Trump.

Atualmente sob pressão da direita e confrontado a investigações da polícia por supostos atos de corrupção, Netanyahu anunciou mais de 5.000 habitações na Cisjordânia e o primeiro novo assentamento promovido pelo governo há mais de 20 anos.

Ele também promoveu uma lei que escandalizou os palestinos e sobre a qual parte da comunidade internacional vê um passo em direção a anexação da Cisjordânia ocupada.

Grande parte da comunidade internacional considera os assentamentos israelenses, ilegais sob a lei internacional, como um obstáculo à paz.

A Casa Branca quebrou o silêncio mantido até então na semana passada para sinalizar a Israel que não deveria comprometer os futuros esforços de Trump para tentar solucionar um dos conflitos mais antigos do mundo.

- ;Desastre; -

Ao Israel Hayom, Trump prometeu ao seu grande aliado israelense "melhores relações" do que com Barack Obama.

Ele afirmou que não quer condenação diplomática de Israel sob o seu mandato e apresenta Netanyahu como um "bom homem" que quer a paz.

Trump evoca as poucas terras disponíveis para a construção, sugerindo que seu governo poderia concordar com novas construções dentro dos assentamentos já existentes. Mas a construção nos assentamentos já estabelecidos também é algo inaceitável para os palestinos.

Neste contexto, os palestinos ficaram profundamente alarmados com uma promessa de campanha de Trump: a transferência da embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Tal mudança romperia com a história política dos Estados Unidos, que também é a da grande maioria da comunidade internacional, de que o status de Jerusalém, também reivindicado pelos palestinos como capital do Estado ao qual aspiram, deve ser resolvido por meio de negociações.

A este respeito, na mesma entrevista, Trump afirmou que está estudando "seriamente" a transferência da embaixada, apesar de ainda não ter tomado uma decisão.

"Estou estudando a questão e veremos o que vai acontecer", afirmou, explicando que não se trata de uma decisão fácil e que está pensando nisso "muito seriamente".

Esta entrevista foi concedida pouco antes de uma visita, na próxima semana, do primeiro-ministro israelense a Washignton.

Netanyahu já indicou que o Irã ocuparia um lugar de destaque em suas conversas na próxima quarta-feira com o presidente americano.

Eles têm em comum as críticas virulentas ao acordo internacional com a República Islâmica sobre as suas atividades nucleares. O acordo é "um desastre para Israel", disse Trump.

O primeiro-ministro deve discutir no domingo com seu governo as posições que serão apresentadas a Donald Trump sobre o Irã, o conflito com os palestinos e os assentamentos, segundo noticiou nesta sexta-feira a imprensa israelense.

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