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Imagem de embaixador russo na Turquia leva o World Press Photo

Mais de 5 mil fotógrafos de 125 países enviaram cerca de 80 mil imagens para o júri. Entre eles, 45 foram premiados em oito categorias diferentes

Agência France-Presse
postado em 13/02/2017 10:24
Dedo para o ar, arma em punho e rosto marcado pelo ódio: a imagem do assassino do embaixador russo na Turquia, tomada pelo fotógrafo turco Burhan Ozbilici, levou o prêmio mais prestigiado do fotojornalismo, anunciou nesta segunda-feira os organizadores do World Press Photo.
O júri elogiou a coragem de Burhan Ozbilici, fotojornalista da agência Associated Press (AP), que fez a foto em 19 de dezembro no momento em que Mevlüt Mert Altintas, um policial de 22 anos, atirou nove vezes contra o embaixador da Rússia em Ancara, Andre; Karlov.

Ele foi morto, após lançar "Allah Akbar" (Deus é grande) e afirmar que queria vingar Aleppo.

Visto 18 milhões de vezes nas horas que se seguiram ao assassinato, a imagem "marcou um momento importante na história da Turquia", declarou à AFP Burhan Ozbilici, ressaltando que "devia fazer o seu trabalho": "como jornalista, eu não poderia correr para salvar minha pele".

Mais de 5 mil fotógrafos de 125 países enviaram cerca de 80 mil imagens para o júri. Entre eles, 45 foram premiados em oito categorias diferentes.

"Foi uma decisão muito, muito difícil, mas no final, sentimos que a imagem do ano era uma imagem explosiva que realmente reflete o ódio de nossa época", explicou Mary F. Calvert, membro do júri, citado em um comunicado.

Três fotógrafos de Agence France-Presse também foram recompensados por seu trabalho. Trabalhando nas Filipinas, Noel Celis ficou com o terceiro lugar na categoria "General News" por uma imagem tirada em uma prisão superlotada, construída para acomodar 800 presos, mas que que abriga 4.000.

Vemos homens amontoados, sem camisa, rosto marcado, tentando dormir nos degraus de uma escada de concreto.

As imagens da AFP captadas na Síria também foram premiadas com o segundo lugar da categoria "Spot News, Singles" e "Spot News, Stories". A imagem de Abd Doumany mostra duas meninas com o rosto coberto de poeira e sangue, tratadas por uma enfermeira. Crianças que vivem o horror da guerra e resgatadas dos escombros de Aleppo também são o centro na série de Ameer Alhalbi.

Stuart Franklin, presidente do júri composto por nove pessoas, elogiou a coragem desses jovens jornalistas sírios "que correm riscos terríveis (e) contam sua história do inferno".

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