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MP do Panamá pede à Interpol prisão de filhos de ex-presidente

O MP do Panamá pediu à Interpol a inclusão dos filhos do ex-presidente, acusados de cobrar propina da Odebrecht, na lista de procurados

Agência France-Presse
postado em 13/02/2017 21:43
O Ministério Público especial anticorrupção do Panamá solicitou à Interpol a emissão de um alerta vermelho para detenção para os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, acusados de cobrar propina da Odebrecht.

Em nota da Direção de Investigação Judicial da Polícia panamenha, publicada nesta segunda-feira pela imprensa, a procuradora Tania Sterling pede um "alerta vermelho" para "os senhores Ricardo Alberto Martinelli Linares (e) Luis Enrique Martinelli Linares", ambos filhos do ex-governante.

A petição do MP, datada em 1; de fevereiro, foi confirmado à AFP pela Polícia Nacional do Panamá e por uma fonte das investigações na condição de anonimato.

A solicitação de detenção dos filhos de Martinelli seria pela "suposta comissão do delito contra a ordem econômica", segundo a nota.

Um dos advogados dos filhos de Martinelli, Carlos Carrillo, comentou à AFP que a defesa ainda não havia recebido a cópia da petição, mas "entendemos que esteja certa".

Segundo o MP, "três sociedades anônimas em que aparecem como beneficiários os filhos do ex-mandatário receberam valores milionários entre 2009 e 2012", publicou o jornal La Estrella do Panamá.

Segundo a publicação, as transferências foram feitas "através de várias empresas offshore que a construtora Odebrecht utilizou para fazer pagamentos indevidos a funcionários públicos ao redor do mundo".

Ricardo e Luis Enrique Martinelli teriam recebido mais de 20 milhões de euros através de várias sociedades, segundo as investigações.

A Odebrecht pagou no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de 59 milhões de dólares em subornos em troca de contratos avaliados em mais de 175 milhões de dólares, revelou há semanas o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Por este caso, Mario Martinelli, irmão do ex-presidente, teve que testemunhar no Panamá, assim como vários ex-funcionários.

A procuradora-chefe, Kenia Porcell, informou que formularam acusações contra 17 pessoas pelo escândalo da Odebrecht no Panamá, incluindo três ex-funcionários "de alta hierarquia", uma dezena de empresários e um funcionário do setor financeiro, mas sem revelar nomes.

O ex-presidente Martinelli, que vive no exílio voluntário em Miami, também é requerido pela justiça panamenha por espionar opositores e é investigado por inúmeros casos de corrupção durante seu governo.

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