Agência France-Presse
postado em 17/02/2017 10:58
A agência de assuntos religiosos da Turquia informou nesta sexta-feira que retirou seis religiosos da Alemanha por exceder sua autoridade, mas criticou a operação de busca da polícia alemã nas casas dos pregadores suspeitos de espionar para Ancara
O coordenador da Direção Turca de Assuntos Religiosos (Diyanet), Mehmet Gormez, negou com veemência qualquer erro por parte dos religiosos. Ele disse que a organização foi alvo de uma campanha de difamação.
A polícia alemã realizou operações de busca esta semana nos apartamentos de quatro religiosos muçulmanos turcos, suspeitos de espionar para o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan durante o movimento do pregador Fetullah Gulen, exilado nos Estados Unidos, que Ancara culpa de instigar a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho na Turquia.
Gormez disse que "seis religiosos que foram avaliados por exceder sua autoridade foram enviados de volta a seus postos na Turquia". E confirmou que entre os seis reenviados a Turquia estão quatro clérigos cujos apartamentos foram alvos de operações.
Os religiosos, que não tiveram os nomes revelados, são acusados de informar sobre simpatizantes de Gulen, por meio do consulado turco em Colonia, a Diyanet.
"Os clérigos não tiveram envolvimento em nenhum ato ilegal", afirmou Gormez à imprensa em Ancara. Ele disse que a informação foi compartilhada com a Alemanha.
Gormez chamou as ações da polícia de "pressão política e midiática".
A comunidade turca da Alemanha é a maior do mundo fora da Turquia.
De acordo com a imprensa germânica, os religiosos pertencem ao Ditib, uma organização controlada por Ancara que administra quase 900 mesquitas ou comunidades na Alemanha. Os clérigos são funcionários do Estado turco que Ancara envia por três ou quatro anos.