Agência Estado
postado em 17/02/2017 17:42
Um tribunal da Espanha absolveu nesta sexta-feira (17/2) a infanta Cristina em um caso de fraude fiscal, embora tenha condenado o marido dela a seis anos e três meses de prisão. Os magistrados impuseram contra Cristina, a irmã do rei Felipe VI, uma multa de quase 265 mil euros (mais de US$ 280 mil) em multas ao considerar que ela se beneficiou da fraude de maneira indireta.
O marido dela, Iñaki Urdangarin, foi considerado culpado de evasão fiscal e fraude, entre outras acusações. Além da pena de prisão, da qual ele poderá apelar ante o Tribunal Supremo, Urdangarin levou uma multa de 512 mil euros (US$ 545 mil).
O julgamento se centrava nas acusações de que Urdangarin, de 49 anos, utilizou seu antigo título de duque de Palma para desviar cerca de 6 milhões de euros (US$ 6,6 milhões) em dinheiro público desviado pelo Instituto Noos, uma organização sem fins lucrativos.
Urdangarin dirigia o instituto, que organizava conferências e eventos relacionados ao esporte, com Diego Torres, seu sócio. Torres foi condenado a oito anos e meio de prisão no veredicto da Audiência Provincial de Palma de Mallorca, nas Ilhas Baleares.
Em um país onde a classe política e os círculos empresariais têm sido envolvidos em escândalos de corrupção, os espanhóis mantiveram-se muito atentos ao chamado "Caso Noos", desde que há seis anos apareceram os primeiros indícios de participação de Urdangarin, medalhista olímpico de handebol que se tornou homem de negócios.
Entre as empresas que segundo as autoridades se utilizaram estava a Aizoon, companhia que possuíam conjuntamente Cristina e Urdangarin. Um advogado da equipe legal de Cristina, Miquel Roca disse que a infanta estava "satisfeita pelo reconhecimento de sua inocência" e que seguia convencida de que o marido também era inocente.
Um porta-voz da Casa Real disse à imprensa espanhola que a família real respeitava a independência da Justiça. O rei Felipe e a rainha Letizia não comentaram o assunto, num primeiro momento. Quando sua irmã Cristina foi acusada, o rei Felipe cancelou seu título de duquesa de Palma, que havia sido concedido pelo pai dele em 1997. Além disso, nem ela nem Urdangarin são mais convidados a eventos oficiais da Casa Real.