Agência France-Presse
postado em 20/02/2017 14:33
O governo grego aceitou realizar concessões a seus credores, os países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI), para obter um acordo que desbloqueie uma nova parcela de ajuda do programa de resgate do país.
"O ministro das Finanças grego, Euclides Tsakalotos, disse às instituições que estava de acordo em aprovar medidas preventivas a serem aplicadas em caso de não cumprimento de seus compromissos com os credores", afirmou uma fonte próxima às negociações, que cifrou em 2% do PIB grego o alcance destas medidas.
Depois do anúncio desta concessão, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijssebloem, indicou o regresso em curto prazo das instituições a Atenas para trabalhar com as autoridades.
"É um passo muito bom e positivo", assegurou tambémo ministro das Finanças holandês.
Em Atenas, os chefes da missão de credores deverão fechar um acordo completo e definitivo que permitirá o repasse de uma nova parcela dos 86 bilhões de euros do terceiro pacote de ajuda à Grécia, acertado em 2015.
Mais cedo, os credores da Grécia conseguiram uma posição comum para desbloquear o atual programa de resgate, segundo o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Sch;uble.
"Parto do princípio de que as instituições têm agora uma posição comum e que faremos progressos hoje para que a missão técnica possa retornar a Atenas com o objetivo de alcançar um resultado", disse Sch;uble ao chegar a uma reunião dos ministros das Finanças da zona do euro.
O ministro das Finanças da Alemanha, o primeiro credor da Grécia e a principal economia da zona do euro, expressou sua confiança de que o Fundo Monetário Internacional formará parte economicamente do plano de ajuda em vigor, apesar de suas divergências com os países da Eurozona a respeito da dívida e dos objetivos para a Grécia.
O tempo urge para desbloquear esta nova parcela para a Grécia, já que, sem novos fundos do terceiro programa de resgate, em vigor, Atenas não poderá devolver os cerca 7 bilhões de euros aos seus credores, previstos para julho.
Além disso, uma série de eleições cruciais na Europa a partir de março podem complicar uma solução rápida.
Após seis anos de resgates financeiros concedidos em troca de duras reformas, a Grécia registra o maior número de desempregados da zona do euro, com 23% (números de outubro), e sua dívida alcança 176,9% do PIB, 311 bilhões de euros.
O FMI não quer participar economicamente no programa em vigor, de 86 bilhões de euros, porque considera inalcançáveis seus objetivos orçamentários, a não ser que intensifiquem as reformas previstas ou que os europeus aprovem um desconto da dívida grega.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, descartou a ideia de que a instituição monetária com sede em Washington, cujo papel foi crucial nos dois primeiros planos de ajuda, não forme parte finalmente do terceiro programa.
"O FMI deve estar a bordo, é um sócio muito importante", disse Moscovici ao chegar à reunião do Eurogrupo em Bruxelas.