Agência France-Presse
postado em 21/02/2017 14:55
O Departamento americano de Segurança Interna (DHS) publicou nesta terça-feira (21/2) duas circulares internas que reforçam a captura e a deportação de imigrantes ilegais, deixando poucas exceções à medida, como havia prometido o presidente Donald Trump.
Em dois memorandos internos, datados de segunda-feira e divulgados nesta terça-feira no site oficial do Departamento, o secretário de Segurança, John Kelly, determinou que inclusive imigrantes sem antecedentes criminais poderão sofrer deportação imediata.
Segundo os dois documentos, a prioridade continuará sendo a captura e a deportação de imigrantes em situação irregular e com antecedentes criminais, como ocorria desde o governo anterior de Barack Obama.
No entanto, o documento acrescentou que, "com extremamente poucas exceções limitadas, o DHS não eximirá nenhuma classe ou categoria para a remoção de estrangeiros da potencial aplicação da lei".
"Todos aqueles em violação das leis de imigração podem ser submetidos a procedimentos de aplicação da norma, inclusive a remoção dos Estados Unidos", destaca o documento.
Kelly também determinou a contratação de 5.000 novos empregados para a guarda fronteiriça (CBP) e de 10.000 empregados para a agência de controle migratório (ICE).
Estes memorandos internos são o primeiro passo para a aplicação da promessa de campanha de Trump de expulsar do país os imigrantes em situação irregular - 11 milhões no total, a maioria mexicanos - independentemente de que tenham ou não cometido crimes violentos em seu país de origem ou em território americano.
Por enquanto, o governo Trump não parece disposto a modificar o programa "Ação Diferida para os Chegados na Infância" (DACA, na sigla em inglês), que protege da deportação jovens imigrantes em situação irregular, que foram trazidos aos Estados Unidos pelos pais quando eram crianças e ao qual também prometeu por fim durante sua campanha.
Em 23 de janeiro passado, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, tinha dito que a prioridade do governo eram imigrantes com antecedentes criminais.
"Pessoas que podem fazer mal ou que fizeram mal e têm antecedentes criminais são o centro das atenções", disse Spicer, para quem "atualmente, a prioridade está nas pessoas que fizeram mal ao nosso país".