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Zoológico japonês sacrifica 57 macacos para proteger espécie indígena

"Para proteger o macaco japonês, eliminamos esses espécimes cruzados", declarou o responsável

Agência France-Presse
postado em 21/02/2017 17:48
Um zoológico de Tóquio sacrificou 57 exemplares de macaco japonês após descobrir que eles eram portadores de genes de espécies "exóticas invasoras", anunciaram na terça-feira as autoridades.

O Takagoyama Nature Zoo de Chiba, na periferia leste de Tóquio, tinha 164 macacos que a organização pensava que eram macacos japoneses (Macaca fuscata) puros.

No entanto, o operador e os responsáveis locais descobriram que cerca de um terço deles eram descendentes de um cruzamento com o macaco Rhesus (Macaca mulatta).

Esta variedade de macaco está incluída na lista mundial de espécies ameaçadas, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mas no Japão o macaco Rhesus é classificado como uma "espécie exótica invasora".

"Estão sujeitos à expulsão em virtude da lei, que proíbe a posse e o transporte de espécies forâneas classificadas" nesse grupo, explicou à AFP um responsável local.

"Para proteger o macaco japonês, eliminamos esses espécimes cruzados", declarou o responsável, que pediu anonimato, acrescentando que os animais foram sacrificados com uma injeção letal.

A espécie "invasora" representa um problema porque "se mistura com os animais indígenas e ameaça o meio natural e o ecossistema", explicou o porta-voz do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) no Japão, Junkichi Mima.

Os descendentes do cruzamento do macaco japonês com o macaco Rhesus são alvo de uma medida de matança desde a revisão, em 2013, da "lei de proteção do meio ambiente indígena", disse um responsável da prefeitura de Chiba.

O Ministério do Meio Ambiente apontou, porém, que pode-se fazer exceções, como nos casos em que os zoológicos solicitam permissão para manter os animais vivos.

"Há muitos zoológicos no país que criam animais que passaram a ser classificados como espécies invasoras depois que a lei foi criada", disse um porta-voz do ministério.

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