postado em 21/02/2017 21:17
Enquanto alguns andam pela Savana com armas de pesado calibre, protegidos por jipes robustos e com equipamentos avançados para a caça de animais selvagens, outros se empenham na preservação das espécies. Seja pelo alto valor comercial de alguns animais, como o marfim do elefante ou o chifre do rinoceronte, seja pelo prazer sádico de matar um animal não domesticado, os mamíferos originários da África não sofrem apenas com a caça ilegal, mas também são castigados pelo clima árido do continente.
O queniano Patrick Kilonzo Mwala bem que poderia ser o personagem original do livro "Água Para Elefantes". Ele viaja por horas todos os dias para levar água para animais selvagens em regiões secas do Tsavo West National Park, no Quênia.
Para aliviar a sede dos animais, Mwala dirige um caminhão-pipa por três horas todos os dias. Assim que chega nos bolsões onde despeja a água, os animais começam a aparecer, como se o esperassem, já que a escassez de nascentes e mananciais tem provocado a morte de milhares de animais todos os anos.
Patrick é fazendeiro e tem consciência da importância do trabalho que desempenha. "Não tem água, então os animais dependem de nós. Em uma noite, eu encontrei 500 búfalos esperando próximo ao local onde eu coloco água. Quando cheguei, eles pareciam felizes", narra.
Em sua página no Facebook, Mwala mostra fotos dos animais reunidos, à espera da água. Elefantes, búfalos, antílopes e zebras se enfileram enquanto o caminhão despeja a água nos charcos. Nas imagens, é possível ver muitos filhotes de várias espécies. "É inacreditável como eles reconhecem o caminhão. Eles não nos atacam porque sabem que estamos ajudando", afirma.
Uma americana, sensibilizada com o trabalho do queniano, resolveu dar início a uma campanha coletiva de arrecadação de fundos para financiar a água para os mamíferos da savana. O objetivo é arrecadar 150 mil dólares e, até o momento, ela conseguiu 99 mil, de 2.290 colaboradores.