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Espanha terá primeiro julgamento por bebês roubados na ditadura de Franco

Médicos e enfermeiras roubavam bebês de "inimigos políticos" do regime para entregá-los a famílias simpatizantes do franquismo

Agência France-Presse
postado em 21/02/2017 22:40
Um ex-ginecologista será julgado em Madri por raptar, supostamente, uma recém-nascida e entregá-la a outra mulher, um crime que teria se repetido milhares de vezes durante a ditadura franquista de 1939 a 1975.

Segundo um documento recebido nesta terça-feira pela AFP, um tribunal de Madri autorizou o processo de Eduardo Vela, o primeiro pelo escândalo dos bebês roubados, que teria começado pouco depois da chegada ao poder do general Francisco Franco, e que foi revelado em 2010.

Médicos e enfermeiras roubavam bebês de pais considerados "inimigos políticos" do novo regime, ou nascidos fora do casamento, para entregá-los a famílias simpatizantes do franquismo. A prática depois se estendeu a bebês nascidos em famílias pobres.

Vela é suspeito de ter participado, em 1969, do roubo de Inés Madrigal, que o acusa de falsificar sua certidão de nascimento para que a sua mãe adotiva, já falecida, aparecesse no documento como sua progenitora.

Ainda será determinada a data do julgamento de Vela, atualmente octogenário e acusado de rapto de crianças e de falsidade em documento oficial, entre outros delitos.

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