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Suspeitas de homicídio de norte-coreano sabiam do ataque com veneno

A polícia deseja interrogar três pessoas, incluindo um funcionário da embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur e uma que trabalha para uma companhia aérea norte-coreana

Agência France-Presse
postado em 22/02/2017 08:18
As duas mulheres detidas pelo assassinato, em Kuala Lumpur, de Kim Jong-Nam, meio-irmão do líder norte-coreano, sabiam que o ataque foi cometido com veneno, informou nesta quarta-feira a polícia malaia, que pretende interrogar um diplomata norte-coreano no âmbito da investigação.

"Sim, é claro que sabiam", disse Khalid Abu Bakar, ao ser questionado pelos jornalistas sobre se as mulheres sabiam que levavam uma substância tóxica ao se aproximarem de Kim Jong-Nam, meio-irmão do presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
Em um primeiro momento, uma das hipóteses era de que poderiam ter sido enganadas.

"Acredito que vocês assistiram o vídeo, certo? A mulher que corre para o banheiro com as mãos para a frente tinha perfeita consciência de que era tóxico e que deveria lavar as mãos", completou.

Khalid acrescentou que as duas suspeitas, a vietnamita Doan Thi Huong, 28 anos, e a indonésia Siti Aishah, 25, foram treinadas para o ataque.

A polícia indonésia afirmou na semana passada que Aishah havia sido enganada por desconhecidos que a fizeram acreditar que ela participava de um programa de TV, do tipo "pegadinha", cujo objetivo era jogar um líquido inofensivo no rosto da vítima.

A polícia deseja interrogar três pessoas, incluindo um funcionário da embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur e uma que trabalha para uma companhia aérea norte-coreana, informou o comandante da força de segurança.

"Escrevemos ao embaixador para obter a autorização de interrogar ambos. Esperamos que a embaixada norte-coreana coopere conosco e nos permita interrogá-los rapidamente. Em caso contrário, vamos obrigá-los a comparecer", disse o chefe de polícia.

Kim Jong-Nam, 45 anos, foi atacado na segunda-feira da semana passada por duas mulheres que jogaram um líquido em seu rosto quando ele pretendia embarcar para Macau. Ele faleceu pouco depois, quando era levado para o hospital.

Desde então, a investigação do caso, digna de um livro de espionagem, provocou uma crise diplomática entre Malásia e Coreia do Norte.

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