Agência France-Presse
postado em 23/02/2017 12:56
Três grupos rebeldes sírios pró-turcos anunciaram nesta quinta-feira ter tomado a cidade de Al Bab, último reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na província de Aleppo, no norte da Síria.
Por sua vez, a Turquia informou que estava sendo feita a varredura de alguns setores, e o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou que combatentes do EI ainda estão presentes em partes da cidade e que os rebeldes controlam menos da metade dela.
"Anunciamos a libertação total da cidade de Al Bab e procedemos à retirada das minas dos bairros residenciais", informou Ahmad Othman, chefe de Sultan Murad, um dos três grupos rebeldes que afirmaram ter se apoderado da localidade.
"Ontem (quarta-feira) tomamos o centro da cidade, que era o quartel general do EI (...) os extremistas recuaram esta manhã às 6h00 (1h00 de Brasília), e assim concluímos a operação", afirmou à AFP Sa;f Abu Bakr, chefe da formação rebelde Al-Hamza.
O ministro turco da Defesa, Fikri Isik, mostrou-se mais prudente, indicando à agência de notícias pró-governo Anadolu que "a cidade de Al-Bab está praticamente sob controle".
As forças de Ancara "entraram no centro da cidade (...) As operações prosseguem", acrescentou.
Os rebeldes lançaram sua ofensiva para capturar Al-Bab no ano passado, com o apoio de tropas terrestres, artilharia e ataques aéreos turcos.
"Matamos dezenas de combatentes do EI e evacuamos mais de 50 famílias de Al Bab. Dentro de algumas horas, nossas forças vão vasculhar o resto da cidade e reforçaremos as nossas linhas de defesa", assegurou Abu Jaafar, do grupo rebelde Liwa al-Mutasem.
Al Bab é o último reduto ainda sob controle do EI na província de Aleppo. Se a retomada total da cidade for confirmada, representaria uma grande vitória para Ancara.
A Turquia lançou no final de agosto uma operação militar de apoio aos rebeldes no norte da Síria para expulsar da região o EI e as milícias curdas, aliadas dos Estados Unidos contra os jihadistas, mas que Ancara considera "terroristas".
Al Bab, onde quase 100.000 pessoas residem, "é importante porque sue perda privaria o EI de uma importante fonte de renda através dos impuestos" cobrados pelos extremistas aos seus habitantes, explicou à AFP Aaron Stein, pesquisador do centro de pesquisa Atlantic Council, com sede em Washington.
"Era uma área onde (os extremistas) se reuniam e planejavam os ataques contra os sírios e o Ocidente", acrescentou.
O EI conquistou a partir de 2014 vastos territórios no Iraque e na Síria. O grupo ainda tem sob seu controle a parte oriental da província de Aleppo, cujo território é repartido entre o regime, os rebeldes, os extremistas e as forças curdas.
As forças do regime sírio, que não entraram em Al Bab, a pedido da Rússia, preparam agora um ataque a Al Khafsa onde está localizada uma estação de fornecimento de água para a cidade de Aleppo.