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ELN assume autoria de atentado que matou policial na Colômbia

Governo critica guerrilha e descarta cessar-fogo, após ataque matar policial. Explosão ameaça os diálogos de paz

postado em 28/02/2017 08:00
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O Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa na Colômbia e envolvida em negociação de paz com a Colômbia, está ;muito equivocado; se imagina que conseguirá um cessar-fogo ao realizar ataques como o que matou um policial em Bogotá. O aviso foi dado por Juan Camilo Restrepo, chefe dos negociadores do governo de Juan Manuel Santos, por meio de seu perfil no Twitter. Criada em 1964, a facção assumiu a autoria do ataque com explosivos contra uma patrulha policial em 19 de fevereiro, perto de uma praça de touros da capital colombiana. O atentado deixou várias pessoas gravemente feridas, além de danos materiais. ;O resultado foi de 26 policiais feridos, enquanto nossa força se retirou sem baixas;, afirmou o grupo insurgente, por meio de comunicado divulgado ontem na conta de sua rádio oficial, a ELN Ranpal.

Segundo as autoridades, o policial Albeiro Garibello morreu na quarta-feira passada, ;vítima do impacto do explosivo detonado no setor de La Macarena;. O ataque ocorreu apenas 12 dias depois do início dos diálogos de paz entre a guerrilha e o governo, em Quito, para tentar superar mais de meio século de conflito armado.

;Se o ELN acredita que, com atos terroristas como o La Macarena (cuja autoria reconhece agora com cinismo), vai pressionar um cessar-fogo, está muito equivocado. O cessar-fogo será alcançado quando o ELN compreender que a ele se chega desescalando, não escalando o conflito;, comentou Restrepo, a partir de Quito. Em sua conta no Twitter, a guerrilha recordou que Santos impôs o ;diálogo em meio ao conflito; e escreveu que, ;desde o começo, o ELN desejava um cessar-fogo bilateral;.

Trégua
A mensagem foi acompanhada da hashtag #CeseBilateralYa. O grupo armado tinha solicitado uma trégua a Bogotá, mas Santos recusou, sob a justificativa de que isso fortaleceria o ELN, que reúne em suas fileiras cerca de 1.500 combatentes. Ganhador do prêmio Nobel da Paz no ano passado, Santos deseja fechar um acordo com os rebeldes para obter ;a paz completa;, depois da assinatura, em novembro, de histórico pacto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a principal guerrilha do país e a maior da América Latina. Em 16 de fevereiro, as partes anunciaram que estudavam as maneiras de conseguir alcançar um cessar-fogo bilateral o mais rápido possível.

Horas antes de assumir o ataque fatal em Bogotá, o ELN tinha reivindicado o atentado com explosivos contra uma patrulha militar, em 14 de fevereiro passado, na região leste da Colômbia, que feriu dois soldados. A guerrilha admitiu ainda envolvimento em sabotagens contra o oleoduto Caño Limón Coveñas. No domingo, Restrepo havia criticado as ações ;terroristas; do ELN, atribuídas pelas autoridades à guerrilha. O negociador-chefe advertiu que os ataques afastam a possibilidade de se chegar a um cessar-fogo durante as negociações que ocorrem em Quito.

260 mil
Total de mortes provocadas pelo conflito armado na Colômbia, com o envolvimento de guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado

60 mil
Número de desaparecidos provocados pela violência, além de 6,9 milhões de deslocados internamente, segundo
números oficiais

TUITADAS
;Se o ELN acredita que, com atos terroristas como o La Macarena (cuja autoria reconhece agora com cinismo), vai pressionar um cessar-fogo, está muito equivocado;
Juan Camilo Restrepo, chefe dos negociadores do governo de Juan Manuel Santos

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