Rodrigo Craveiro
postado em 28/02/2017 09:13
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O discurso de posse, em 20 de janeiro passado, parecia o prenúncio do que viria. ;Deste dia em diante, vai ser só a América primeiro, a América primeiro. (;) Não deve haver medo ; estamos protegidos e sempre estaremos protegidos. Seremos protegidos pelos grandes homens e mulheres de nossas forças armadas e da aplicação da lei;, declarou o presidente Donald Trump. Ontem, o republicano começou a solidificar as bases da chamada ;Pax Americana;, ao anunciar que pedirá ao Congresso um aumento de US$ 54 bilhões em gastos militares no próximo orçamento federal, um reforço de 9,27% no setor de defesa.
Para compensar os investimentos, Trump pretende fazer cortes na ajuda internacional e em outras agências federais. ;A maior parte das agências verá uma redução, como resultado. O governo espera que o resto do mundo acelere programas pelos quais este país se mostrou tão generoso em financiar no passado;, declarou ao site The Hill uma autoridade do Escritório de Gerenciamento e Orçamento.
[SAIBAMAIS]A Casa Branca planeja não intervir nas aposentadorias ou no Medicaire, o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo desde 1966. ;Esse orçamento é a expressão da minha promessa de manter os EUA seguros. Incluirá um aumento histórico nos gastos de defesa;, declarou o chefe de Estado, após reunião com governadores na Casa Branca. ;Nós nunca ganhamos uma guerra. Nós nunca ganhamos. E não lutamos para ganhar. Não lutamos para ganhar. Então, nós temos que ganhar ou não a lutamos. (;) Quando eu era jovem, todo o mundo dizia que os Estados Unidos nunca perderam uma guerra. Lembram disso? Agora, não ganhamos mais nenhuma.; Ele explicou que o novo orçamento será voltado a atender à segurança pública e à segurança nacional.
Os detalhes do plano de Trump devem ser revelados hoje à noite, em seu primeiro discurso a uma sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados, no Capitólio. ;Será um evento enorme, uma mensagem ao mundo nesses tempos perigosos, sobre a força e a determinação dos Estados Unidos;, destacou o presidente. O país detém os maiores gastos militares do mundo, apesar da dívida federal de US$ 20 trilhões e de um deficit de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O aparato de defesa norte-americano concentra 1,3 milhão de soldados, 750 mil civis empregados pelo Pentágono e mais de 800 mil soldados da Guarda Nacional convocados regularmente.
Analista do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) e coronel da reserva do corpo de fuzileiros navais, Mark F. Cancian afirmou ao Correio que concorda com os planos de Trump. ;O orçamento para as forças armadas foi desenhado em 2014. Isso foi antes de o Estado Islâmico vir à tona, antes de a Rússia invadir a Crimeia e antes de a China tomar uma posição assertiva no Mar do Sul da China. Há forte consenso em Washington da necessidade de aumento, tanto entre republicanos quanto entre democratas;, disse. O especialista admite que, caso o Congresso aprove o pedido de Trump, este será o maior aumento em gastos militares da história, em tempos de paz. ;A título de comparação, o ex-presidente Barack Obama propôs apenas 15% do aumento de despesas militares pedido por Trump (em pouco mais de um mês de governo).;