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Malásia indicia duas mulheres pelo assassinato de Kim Jong-Nam

Os investigadores acusam as mulheres de jogar contra o rosto do irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un a substância VX, um agente neurotóxico classificado como arma de destruição em massa

Agência France-Presse
postado em 01/03/2017 07:25
As duas mulheres afirmam que foram enganadas e que acreditavam participar de um programa de televisão de
Duas mulheres foram indiciadas nesta quarta-feira (1;/3) pela justiça da Malásia pelo assassinato de Kim Jong-nam, o meio-irmão do dirigente norte-coreano Kim Jong-un, envenenado no aeroporto de Kuala Lumpur no dia 13 de fevereiro.

Siti Aisyah, indonésia de 25 anos, e Doan Thi Huong, vietnamita de 28 anos, foram acusados por assassinato. Kim Jong-nam faleceu depois de ter sido atacado com um potente agente neurotóxico.

As duas suspeitas, algemadas, chegaram ao tribunal escoltadas. Pareciam tranquilas durante a leitura da acusação. Caso sejam consideradas culpadas, as duas podem ser condenadas à morte.

Os investigadores acusam as mulheres de jogar contra o rosto do irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un a substância VX, um agente neurotóxico classificado como arma de destruição em massa.


Nas imagens das câmeras de segurança obtidas pela imprensa é possível observar o momento em que as duas mulheres se aproximam de Kim Jong-nam pelas costas e uma delas joga algo no rosto da vítima.

Em seguida, Kim fala com dois guardas, que o levam para a clínica do aeroporto. Ele morreu menos de 20 minutos depois, quando era levado para um hospital.

O VX é uma versão mais letal do gás sarin, insípido e inodoro, extremamente tóxico. Os agentes nervosos agem com o estímulo excessivo das glândulas e dos músculos, o que cansa rapidamente as vítimas e ataca a respiração.

As autoridades malaias afirmaram que Kim Jong-nam teve uma morte rápida, provavelmente "muito dolorosa".

As duas mulheres afirmam que foram enganadas e que acreditavam participar de um programa de televisão de "pegadinhas". A polícia alega que elas sabiam o que faziam.

A audiência em um tribunal de Kuala Lumpur durou menos de 20 minutos e contou com um grande esquema de segurança.

O tribunal não perguntou a nenhuma das suspeitas sobre sua defesa e o início do julgamento deve demorar alguns meses. Mas o advogado de Huong, S. Selvan, afirmou que sua cliente afirmou em vietnamita ao tribunal: "Não sou culpada".

O embaixador interino da Indonésia, Andreano Erwin, explicou que Siti estava "tranquila". "Pedimos que cuide da saúde porque o processo judicial será longo", afirmou.

Um norte-coreano também foi detido pelo caso. A polícia deseja ouvir outros sete norte-coreanos - incluindo um diplomata da embaixada do país em Kuala Lumpur -, mas quatro suspeitos fugiram da Malásia no dia do assassinato.

Desde o dia do crime, que lembra a Guerra Fria, a Coreia do Sul acusa o vizinho do Norte e cita uma "ordem permanente" de Kim Jong-un para eliminar o meio-irmão, que era crítico do regime norte-coreano.

Pyongyang enviou um diplomata à Malásia para tentar recuperar o corpo de Kim Jong-nam. Até o momento, no entanto, o regime norte-coreano não citou o nome da vítima.

A Coreia do Norte acusou a Malásia de atuar por motivos políticos e de comportamento ilegal. As autoridades do país não aceitam as conclusões da necropsia.

Kuala Lumpur insiste que o corpo permanecerá no necrotério até que um parente se apresente para a identificação formal do cadáver, com uma mostra de DNA.

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