Agência France-Presse
postado em 03/03/2017 10:57
Duas pessoas morreram carbonizadas durante a madrugada desta sexta-feira em um incêndio no "gran Ghetto", um acampamento que está sendo evacuado de migrantes que trabalham nos campos agrícolas perto de Foggia, no sul da Itália, anunciaram os bombeiros.
De acordo com a imprensa italiana, as duas vítimas eram malineses de cerca de trinta anos de idade.
O prefeito de Foggia ordenou na quarta-feira a evacuação do acampamento de 5.000 m2, que abrigava cerca de 350 pessoas. A justiça suspeita que redes mafiosas controlam este espaço e o trabalho dos imigrantes.
Mas, após uma manifestação na quinta-feira em frente à prefeitura para pedir a permanência do acampamento, entre 100 e 200 pessoas continuavam a dormir no local.
Os imigrantes explicaram que não havia espaço suficiente para todos nas duas estruturas fornecidas pelas autoridades para abrigá-los, mas a imprensa também enfatizou que o desejo de permanecer no acampamento estava especialmente ligado à necessidade de se manter em contato com as redes que lhes proporcionam trabalho.
Por volta de 01h00, as chamas se espalharam em minutos entre as estruturas de madeira, plástico e papelão, apesar da intervenção imediata dos bombeiros.
Por causa da rapidez e intensidade das chamas, os investigadores não excluem um ato voluntário.
"Esta é uma tragédia inaceitável para nosso país", comentou a comunidade católica Sant;Egidio, muito envolvida com os migrantes, exigindo um esforço especial por parte das autoridades com a aproximação do verão, período em que milhares de pessoas veem aos campos em busca de trabalho sazonal.
Segundo a imprensa, o "gran Ghetto" registrou desde 2012 seis incêndios e sempre conseguiu renascer das cinzas.