Agência France-Presse
postado em 08/03/2017 07:42
O principal hospital militar do Afeganistão, com capacidade para 400 pacientes, foi atacado nesta quarta-feira por homens armados que continuam dentro do edifício, no centro de Cabul.
Ao menos duas pessoas morreram e 12 ficaram feridas, de acordo com um balanço preliminar do ministério da Saúde. As autoridades não informaram se as vítimas são integrantes das forças de segurança, da equipe médica ou pacientes.
"Um homem-bomba detonou explosivos diante do hospital militar. Vários criminosos entraram em seguida no edifício e continuam no local", afirmou um militar, que pediu anonimato.
Os criminosos, com uniformes da equipe médica, entraram no hospital e atiraram à queima-roupa, afirmaram testemunhas.
"Estava trocando de quarto quando vi um homem com roupa de médico e que atirava com um fuzil AK-47 contra os guardas e os pacientes no terceiro andar. Consegui escapar, mas um amigo ficou ferido", declarou à AFP o enfermeiro Abdul Qadeer.
"Estamos levando os pacientes para áreas seguras", disse à AFP Abdul Hakim, um dos diretores do centro médico.
"O hospital Sardar Daud Khan está sendo atacado. Sabemos que vários criminosos vestidos com uniformes médicos entraram no local", afirmou o porta-voz do ministério da Defesa, o general Daulat Waziri.
"Enviamos reforços", completou o porta-voz, que citou "vítimas" no local.
Os primeiros tiros e uma explosão foram ouvidos às 9H10 locais (1H40 de Brasília). Uma hora e meia depois o ataque prosseguia. Às 10h35 e 10H45 novas explosões foram registradas.
"Estava preparando meus pacientes para uma cirurgia quando vi três homens armados vestidos como médicos", contou um médico a um canal de televisão.
"Atiraram na minha direção, mas consegui escapar. Os criminosos estão no hospital, tentamos controlar a situação", completou.
"Rezem por nós", escreveu outro médico no Facebook.
O hospital atende tanto os integrantes das forças de segurança como os insurgentes. O primeiro-ministro Abdullah Abdullah citou "várias vítimas", sem revelar detalhes.
O ataque, que até o momento não foi reivindicado, acontece uma semana depois dos atentados suicidas de 1; de março contra duas sedes das forças de segurança de Cabul - da polícia e do Serviço de Inteligência (NDS) -, que deixaram 16 mortos e mais de 100 feridos.
A ação da semana passada foi reivindicada pelos talibãs.