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França: candidato da direita recebeu parte dos sálarios de seus filhos

O advogado de Marie, Kiril Bougartchev, confirmou os valores, indicando que sua cliente quis "pagar seu casamento, em meados de 2006", e por isso "reembolsou os pais"

Agência France-Presse
postado em 14/03/2017 08:20
Os dois filhos do candidato da direita à presidência francesa, François Fillon, que ele havia empregado como assistentes parlamentares entre 2005 e 2007, entregaram parte de seus salários aos pais, revelou nesta terça-feira o jornal Le Parisien.

Desta forma, dos 46.000 euros pagos à sua filha, Marie Fillon, de outubro de 2005 a dezembro de 2006, cerca de 33.000 seguiu para uma conta conjunta de seus pais, afirma o veículo.

O advogado de Marie, Kiril Bougartchev, confirmou os valores, indicando que sua cliente quis "pagar seu casamento, em meados de 2006", e por isso "reembolsou os pais".

"Ela pode fazer o que quiser com o dinheiro que recebe! Se ela quer reembolsar seus pais, é sua escolha. Ela declarou isso espontaneamente aos investigadores" que a interrogaram em 9 de fevereiro. Segundo ele, o casal Fillon encontrou, "dez anos depois", 14 recibos deste casamento totalizando 44.000 euros.

Outro de seus cinco filhos, Charles, que ocupou igualmente o cargo de assistente parlamentar entre janeiro e junho de 2008, recebendo 4.846 euros brutos mensais, entregou aos pais cerca de "30%" do seu salário líquido.

O advogado de François Fillon, Antonin Lévy, citado pelo Parisien, explica que o dinheiro era referente ao reembolso do aluguel e dinheiro de bolso pago pelos pais.

Fillon, de 63 anos, deve comparecer na quarta-feira ante um tribunal, em vista de um possível indiciamento por supostos desvios de fundos públicos em uma investigação de emprego fictício de sua esposa, Penélope, e dos filhos Marie e Charles.

Os investigadores têm dúvidas sobre o trabalho exercido por sua esposa e filhos, que receberam no total cerca de 1 milhão de euros brutos de fundos públicos.

Fillon, que há alguns meses liderava a corrida para o Eliseu, ocupa o terceiro lugar nas intenções de voto no primeiro turno das eleições presidenciais de 23 de abril, atrás do centrista Emmanuel Macron e da líder da extrema-direita Marine Le Pen.

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