O número de mortos em um deslizamento de lixo no maior lixão da Etiópia, nos arredores da capital Adis Abeba, no sábado, chegou a 72 nesta terça-feira, e o parlamento do país declarou três dias de luto nacional, disse um ministro do governo à AFP.
[SAIBAMAIS]"O número de mortos é de 72 até agora", disse o ministro das Comunicações, Negeri Lencho, acrescentando que os socorristas ainda estavam buscando sobreviventes e corpos de vítimas.
Uma parte da principal montanha de resíduos do lixão de Koshe, situado ao sudoeste da capital etíope, cedeu subitamente no sábado à noite, soterrando uma favela que tinha sido construída no local. A maioria dos mortos são mulheres e crianças.
Nesta terça-feira, mais de dois dias depois do desastre, os socorristas retiraram uma mulher viva dos escombros, disse Dagmawit Moges, porta-voz da administração municipal de Adis Abeba.
A partir de quarta-feira, as bandeiras na Etiópia serão hasteadas a meio mastro, como parte de um luto de três dias pelas vítimas.
O aterro sanitário de Koshe, o maior do país, é há mais de 40 anos o principal depósito de lixo de Adis Abeba. Centenas de pessoas viveram no local, coletando materiais recicláveis e objetos para comercializar.
De acordo com moradores, o deslizamento ocorreu por causa das obras de aplanamento do cume do monte de resíduos, para o início da construção de uma central de biogás.
Eles afirmaram à AFP que as obras acentuaram a pressão na colina, provocando o desabamento. Lencho rejeitou essa afirmação, dizendo que moradores da favela haviam causado o colapso ao cavar o solo para encontrar objetos que pudessem vender.