Agência France-Presse
postado em 15/03/2017 15:46
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos aumentou nesta quarta-feira em um quarto de ponto percentual suas taxas de juros, advertindo que a inflação caminha para a meta de 2%
Ao anunciar o primeiro aumento dos juros na presidência de Donald Trump, o Fed não indicou se a taxa será aumentada mais rápido se a Casa Branca lançar uma política de estímulos econômicos com cortes de impostos e aumentos de gastos.
O comitê de política monetária do Fed (FOMC) decidiu aumentar os juros para entre 0,75% e 1,00%. A decisão foi tomada com um voto contra. O presidente da subdivisão do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, se opôs, preferindo manter a taxa sem alterações.
"A inflação aumentou nos últimos trimestres, aproximando-se da meta a mais longo prazo do Comitê, de 2%", afirmou o FOMC em um comunicado. O documento também lembrou que "o mercado de trabalho continuou fortalecendo-se" em meio a aumento do emprego e da "atividade econômica, que continua se expandindo em um ritmo moderado".
O FOMC reiterou que espera que essas melhoras econômicas continuem somente com "ajustes graduais" nas políticas de taxas de juros, embora a presidente do Fed, Janet Yellen, advertiu que as políticas que impulsionam o ritmo do crescimento econômico podem levar o Fed a aumentar os juros mais rapidamente.
Em suas previsões econômicas trimestrais, os membros do Fed ainda estimam os fundos federais em 1,4% no final do ano, o que implicaria outros dois aumentos, ou seja, uma projeção sem mudanças em relação ao prognóstico anterior.
Os membros do Fed estimam que os juros chegará a 2,1% no ano que vem, assim como o estabelecido no Resumo de Projeções Econômicas de Dezembro (SEP), o que significaria outros dois aumentos dos juros em 2018.
Com o desemprego já baixo e com os salários e a inflação subindo, alguns analistas temem que os grandes projetos econômicos do governo reaqueçam a economia e façam os preços disparar.
Isso provavelmente faria o Fed aumentar a taxa mais rápido do que o previsto, o que pode eventualmente gerar um atrito de Janet Yellen com Trump.
O resto das projeções econômicas do Fed se manteve também inalterada: a expectativa de crescimento para 2017 continua em 2,1% para este ano e para o ano que vem e a taxa de desemprego projetada é de 4,5% (atualmente é de 4,7%)
A medida de inflação preferida pelo Fed, o índice de gastos pessoais de consumo, se espera que se mantenha em 1,9% neste ano e 2,0% em 2018; a meta desejada.
O FOMC também indicou melhoras nos investimentos das empresas. No entanto, membros da entidade, continuam vendo riscos no panorama econômico, tendo em conta "um equilíbrio frágil".