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Tiros, morte e medo assustam passageiros em aeroporto de Paris

Ziyed Ben Belgacem, um muçulmano radical francês, de 39 anos, derrubou uma soldado no chão e lhe roubado o fuzil, no terminal Sul do Aeroporto de Paris-Orly

Rodrigo Craveiro
postado em 19/03/2017 06:00

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A jornalista francesa Isabelle Ratnaud, 33 anos, era uma dos 110 ocupantes do voo AB8300, da companhia Air Berlin, que fazia a rota Berlim-Paris. A aterrissagem no Aeroporto de Paris-Orly estava programada para 8h30 (4h30 em Brasília). Naquele momento, a americana Ellie Gutteter, 18 anos, aguardava no saguão 3 o momento de embarcar com os pais e a irmã para Roma.

;Ouvimos sons altos e vimos pessoas correndo. Outros passageiros gritaram para que os seguíssemos. Fomos e aguardamos do lado de fora do aeroporto por uma hora. Vários soldados portavam metralhadoras;, relatou Ellie ao Correio. O voo da família Gutetter, marcado para meio-dia, foi cancelado.

[SAIBAMAIS]

Ziyed Ben Belgacem, um muçulmano radical francês, de 39 anos, tinha derrubado uma soldado no chão e lhe roubado o fuzil, no terminal Sul. ;Deponham as armas, estou aqui para morrer por Alá. De todas as formas haverá mortos;, gritou. Dois colegas da militar abriram fogo e o executaram.


Ziyed, de ascendência norte-africana, teria se radicalizado na prisão, onde cumpriu pena por assalto à mão armada e tráfico de drogas. Desde a década de 1990, o nome dele constava na lista de vigilância dos serviços de inteligência pela participação em roubos a bancos. No entanto, Ziyed não era considerado um islamita de alto risco. As autoridades admitem motivação terrorista e detiveram o pai e o irmão do criminoso. Peritos em explosivos fizeram uma varredura em Orly, mas nada encontraram.

As forças de segurança retiraram cerca de 3 mil pessoas do aeroporto, e os pousos e decolagens foram suspensos, afetando 6 mil passageiros. No total, 29 voos acabaram desviados, a maior parte para Roissy (nordeste). O Aeroporto de Paris-Orly voltou a funcionar na tarde de ontem.

;Eu fiquei presa no avião por seis horas. O meu voo era um dos últimos com permissão para aterrissar, quando houve o ataque. Acho que a tripulação quis evitar o pânico a bordo. Depois de 30 minutos de espera, o piloto nos disse que o aeroporto tinha sido fechado. Alguns passageiros checaram as redes sociais, foi assim que descobrimos o que ocorrera;, contou Isabelle à reportagem. Quando desembarcou no saguão de Orly, ela se deparou com uma cena ;surreal;. ;Ao chegarmos à sala de retirada de bagagens, não havia ninguém ali, mas as malas estavam por todos os lugares.;

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