Jornal Correio Braziliense

Mundo

Ex-presidente da Coreia do Sul é interrogada por corrupção

A ex-presidente pediu desculpas às pessoas reunidas diante da Promotoria de Seul, acrescentando que "me submeterei à investigação sinceramente"

A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, destituída em dezembro passado, foi interrogada nesta terça-feira sobre o escândalo de corrupção e abuso de poder que a fez perder o cargo.

Park havia evitado durante meses prestar depoimento, protegida pela imunidade do cargo de líder do país asiático.

A ex-presidente pediu desculpas às pessoas reunidas diante da Promotoria de Seul, acrescentando que "me submeterei à investigação sinceramente".
Leia mais notícias em Mundo
Park foi destituída pelo Parlamento em dezembro, enquanto milhões de pessoas ocupavam as ruas para exigir seu impeachment por um escândalo de corrupção que abalou a classe política e empresarial do país.

A destituição de Park foi confirmada pelo Supremo Tribunal no início deste mês, acabando com a carreira política de uma mulher que cresceu no Palácio presidencial como filha do ditador Park Chung-hee.

O comboio de Park avançou lentamente na saída de sua residência, cercado por uma multidão de partidários que agitavam bandeiras e a acompanharam pelo trajeto.

Park se tornou a primeira mulher presidente da Coreia do Sul, ao ser eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.
Mas seu estilo distante e uma série de polêmicas, somadas ao descontentamento social e político, minaram sua popularidade.

A gota d;água foi o escândalo político que teve como figura central Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" pela imprensa. Amiga de Park há 40 anos, Choi Soon-sil foi acusada de utilizar sua influência para receber mais de 70 milhões de dólares de diferentes empresas sul-coreanas, e de intromissão nos assuntos do Estado.
[VIDEO1]
Park pediu perdão, em diversas ocasiões, pelo escândalo, mas sempre negou as acusações de ter agido ilegalmente. "Jamais busquei enriquecimento ou abusei do poder como presidente...".

Com a destituição de Park, a Coreia do Sul deve realizar eleições presidenciais em maio, e o favorito é Moon Jae-In, antigo líder do opositor Partido Democrático.