Agência France-Presse
postado em 03/04/2017 08:09
Dubai, Emirados Árabes - A Corte de Cassação do Bahrein reduziu nesta segunda-feira em cinco anos a condenação a prisão do principal líder da oposição xiita, o xeque Ali Salman, por "incitação à desobediência civil e ao ódio religioso", informou uma fonte judicial. Salman, 51 anos, foi condenado em 2015 a quatro anos de prisão, mas um tribunal de apelação ampliou sua pena a nove anos de reclusão depois de acusá-lo de "complô contra o regime". O líder xiita está detido desde dezembro de 2014.
A Corte de Cassação - sentenças que não cabem recurso - "decidiu reduzir (a) condenação de nove anos a quatro anos de prisão", afirmou uma fonte judicial, em revelar detalhes sobre o veredicto. O xeque Ali Salman dirigia o movimento Al-Wefaq, principal força de oposição xiita que a justiça dissolveu após acusar o grupo de estimular distúrbios no país.
Sua detenção e a posterior dissolução do Al-Wefaq provocaram manifestações e foram condenados por Estados Unidos, um aliado do Bahrein, pelo Irã e por organizações de defesa dos direitos humanos. Al-Wefaq promoveu em 2011 um importante movimento de protestos, no contexto da Primavera Árabe, neste pequeno reino onde uma dinastia sunita dirige uma população de maioria xiita.
Dezenas de xiitas foram condenados nos últimos anos a longas penas de prisão por participar nos distúrbios que coincidiram com as manifestações de 2011. A oposição xiita reclama reformas e uma verdadeira monarquia constitucional. As autoridades negam qualquer discriminação em relação aos xiitas e acusam o Irã de interferência nos assuntos do Bahrein.