A situação no Equador também pedirá uma auditoria no sistema de informática usado na contagem de votos do segundo turno de domingo, como fez o opositor Guillermo Lasso, que permanece sem reconhecer a vitória por estreita margem do socialista Lenín Moreno.
[SAIBAMAIS]"Pediremos auditoria sobre a ;queda; do sistema às 6:45 P.M de 2 de abril. Será demonstrado que não houve nenhuma ;queda;", escreveu o presidente em fim de mandato Rafael Correa em sua conta no Twitter.
O chefe de Estado informou que "o que houve foi a queda durante 18 minutos da PÁGINA WEB do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) - não do SISTEMA".
Na quarta-feira, o opositor Guillermo Lasso denunciou que "houve um apagão informático", durante o qual suspeita-se que tenha sido cometida uma "fraude", pois por alguns minutos no domingo não foi possível acessar a página na internet do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), onde era publicada a evolução da apuração dos votos.
Correa, que atribuiu o ocorrido a "ataques de hackers dos EUA (Estados Unidos)" como um "plano da direita para gerar o caos", ressaltou que o sistema de contagem continuou funcionando na presença dos delegados das missões de observação e dos partidos políticos.
Lasso disse, após o segundo turno, que impugnará os resultados do pleito após assegurar que há 1.795 atas com "inconsistências", razão pela qual exige uma recontagem de votos.
A este pedido também se somou na quarta-feira à noite o partido governista Aliança País (AP), que pediu "que seja uma contagem pública, com presença cidadã".
Por enquanto, nenhuma das duas partes iniciou o processo formal de impugnação.
Moreno, que venceu com 51,16% dos votos contra 48,84% de Lasso, pediu ao seu adversário "que perca com dignidade", e expressou que será "presidente de todos, inclusive a oposição".
Nesta quinta-feira prosseguiam os protestos de simpatizantes de Lasso para exigir uma nova contagem dos votos. Pequenos grupos de manifestantes bloquearam com galhos e pneus incendiados duas vias muito concorridas de acesso a Quito. As reivindicações se reproduziram desde o domingo em outras cidades como Guayaquil (sudoeste) e Cuenca (sul), por enquanto sem feridos, nem detidos.
O governo dos Estados Unidos somou-se nesta quinta-feira à longa lista de chefes de Estado que saudaram Moreno por sua vitória, embora tenha manifestado esperar que as "preocupações" sobre o processo eleitoral sejam "resolvidas de forma transparente".