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Suécia detém suposto autor do atentado que matou 4 pessoas em Estocolmo

O ataque é o terceiro na Europa em pouco mais de 15 dias

Agência France-Presse
postado em 08/04/2017 10:34
Pessoas protestam perto do local onde o caminhão bateu em uma multidão no centro de Estocolmo

Estocolmo está de luto neste sábado após o sangrento atentado com caminhão da véspera, cujo suposto autor, um uzbeque de 39 anos, encontra-se em prisão preventiva. O suspeito é conhecido dos serviços de inteligência suecos, anunciaram as autoridades neste sábado."É um homem de 39 anos do Uzbequistão", declarou em uma coletiva de imprensa a polícia sueca a respeito de um homem detido depois do ataque.

Os serviços de inteligência conheciam o indivíduo em questão, disse um de seus responsáveis, Anders Thornberg, sem informar qual crime o suspeito havia cometido. A polícia também indicou ter encontrado um artefato suspeito no caminhão utilizado na véspera para lançar o atentado. "Até o momento, não podemos dizer se é uma bomba ou um artefato inflamável", afirmou.

O caminhão avançou em alta velocidade contra os pedestres, deixando em sua passagem corpos mutilados em um ataque que lembra o modus operandi dos atentados de Nice (sudeste da França), Berlim e Londres, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

O ataque de Estocolmo, o terceiro na Europa em pouco mais de 15 dias, após os de Londres e São Petersburgo, não foi reivindicado até o momento. Ao menos 4 pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas, nove delas gravemente.

"A Suécia foi atacada", declarou o primeiro-ministro sueco, o social-democrata Stefan L;fven, que durante a noite depositou flores a poucos passos do local da tragédia.

As bandeiras ondeavam a meio mastro no palácio real, sede do governo, no Parlamento e na prefeitura. As ruas do centro de Estocolmo estavam semi-desertas. "Estou triste, triste e irritado com aqueles que fizeram isso", declarou Torvald, um homem de 51 anos, perto do local do ataque.

O ataque é o terceiro na Europa em pouco mais de 15 dias

Suposto autor

As forças de segurança estão investigando os fatos e vazando as informações a conta-gotas, mas a promotoria anunciou neste sábado que um homem suspeito de "homicídios com caráter terrorista" foi colocado em prisão preventiva, informou à AFP o porta-voz da promotoria, Karin Rosander. O código penal sueco prevê vários graus de suspeita e sobre o detido recai o mais alto deles, explicou.

O homem foi detido na sexta-feira em M;rsta, uma pequena cidade ao norte de Estocolmo. De acordo com vários meios de comunicação, trata-se de um uzbeque de 39 anos, simpatizante da organização extremista Estado Islâmico (EI).

A promotoria não divulgou detalhes sobre a identidade do homem, mas sua aparência é consistente com a de um indivíduo gravado no local do ataque que vestia um casaco preto e contra o qual havia sido lançada uma ordem de prisão. Até o momento é o único suspeito, ressaltou Lars Bystr;m.

;Barulho de uma bomba;

O motorista do caminhão avançou contra os pedestres pouco antes das 13h00 GMT (10h00 de Brasília) na rua de pedestres mais movimentada da capital, Drottninggatan.

Uma testemunha, Hasan Sidi, contou ter visto duas idosas deitadas no chão. Uma estava sangrando. "Uma faleceu (...) não sei se a outra sobreviveu". "Os policiais estavam abalados, todo mundo estava", acrescentou.

O veículo finalmente se chocou contra a fachada da loja de departamentos ;hléns City, perto do cruzamento com uma via muito movimentada, Klarabergsgatan. "Fez o mesmo barulho que a explosão de uma bomba e começou a sair fumaça da entrada principal" da loja, declarou ao jornal Aftonbladet uma testemunha, Leander Nordling, de 66 anos.

O caminhão foi retirado do local durante a noite. O primeiro-ministro anunciou o reforço dos controles fronteiriços e pediu que seus compatriotas não cedam ao medo.

;Era previsível;

"Os terroristas querem que tenhamos medo, querem que mudemos nossos hábitos, querem que não vivamos nossa vida normalmente. Mas é isso que vamos fazer. Os terroristas não poderão derrotar a Suécia. Nunca", declarou.

Para Magnus Ranstorp, um investigador sueco, este ataque não é uma surpresa. "Era previsível, a polícia e os serviços de inteligência repetiam isso há meses (...). A única coisa que não sabíamos era quando iria acontecer", declarou à AFP.

A Suécia só sofreu outro atentado. Foi em dezembro de 2010, quando um homem cometeu um ataque suicida com bomba na mesma rua de pedestres, ferindo levemente várias pessoas.

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