Jornal Correio Braziliense

Mundo

Sobreviventes de incêndio em acampamento de imigrantes deixam o acampamento

A população de Grande-Synthe aumentou consideravelmente desde outubro do ano passado, quando outro grande campo de migrantes foi destruído, a 40 km de distância

. Apenas 70 cabanas de madeira permaneciam de pé das 300 que existiam no acampamento, aberto em março de 2016. Os bombeiros ainda trabalhavam para apagar os últimos focos de incêndio.

O fogo teria começado após uma briga às 18H45 locais entre quase 200 migrantes e que obrigou uma intervenção da polícia. A disputa aconteceu entre afegãos e curdos, informou Michel Lalande, prefeito da região. Os confrontos foram interrompidos às 20H00, mas recomeçaram por volta de 21H30, desta vez com quase 600 migrantes.
Leia mais notícias em Mundo
Às 23H40, os bombeiros constataram a destruição de 220 cabanas. Uma hora depois as autoridades anunciaram a ordem para evacuar o acampamento e decretaram oficialmente o fechamento do local. "Nossos voluntários falavam sobre tensões há várias semanas, relacionadas ao grande número de migrantes", disse François Guennoc, vice-presidente da associação ;Auberge des migrants;, que distribuía comida neste acampamento próximo ao porto de Dunkerque.
[VIDEO1]
"Desde o fechamento de Calais, não há centros de abrigo na costa. Pedimos a criação de vários centros de emergência", afirmou. Guennoc calculou que entre 400 e 500 pessoas foram levadas para ginásios. A população de Grande-Synthe aumentou consideravelmente desde a destruição em outubro do ano passado do que restava de outro grande acampamento de migrantes, a 40 quilômetros de distância, conhecido como a Selva de Calais.

Aberto em março de 2016, o local construído pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a cidade de Grande-Synthe havia registrado vários incidentes violentos nos últimos meses. As autoridades francesas planejavam desmantelar o acampamento após os confrontos no local. Por mais de uma década, a costa norte da França atrai milhares de refugiados e migrantes que tentam chegar ao Reino Unido. Os migrantes ficam perto da rodovia para tentar entrar em caminhões que seguem para o país vizinho ou pagam a traficantes para que os transporte até o outro lado do Canal da Mancha.