Rússia e Estados Unidos estão prontos para uma luta "implacável contra o terrorismo", declarou nesta quarta-feira (12) o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, durante coletiva conjunta com seu contraparte americano, Rex Tillerson, na qual afirmou que Moscou está aberta ao diálogo com Washington.
[SAIBAMAIS]"Confirmamos nosso objetivo compartilhado de empreender uma luta implacável contra o terrorismo internacional", afirmou Lavrov na coletiva com o secretário de Estado americano, que se reuniu mais cedo com o presidente russo, Vladimir Putin.
Lavrov e Tillerson reconheceram suas diferenças sobre o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad. Enquanto Washington defende sua saída "de forma organizada", Moscou insiste nas situações precedentes de caos causadas pela saída de "ditadores".
Embora tenha reconhecido que as relações entre os dois países são marcadas por um "baixo nível de confiança", Tillerson e Lavrov se mostraram dispostos a dialogar.
"Há um baixo nível de confiança entre nossos dois países. As duas maiores potências nucleares não podem ter esse tipo de relação", afirmou Tillerson.
Lavrov reforçou esta posição, ressaltando que Moscou está aberta ao diálogo com Washington.
"Apesar da quantidade de problemas existentes (...) há perspectivas consideráveis de trabalharmos juntos", disse Lavrov.
Segundo ele, a Rússia está "aberta ao diálogo com os Estados Unidos, não apenas a dialogar, mas também a uma ação conjunta (...) nas áreas que correspondam ao interesse dos dois países".
A Rússia estaria disposta, por exemplo, a restabelecer o acordo com os Estados Unidos sobre a prevenção de incidentes aéreos na Síria, suspenso após o ataque americano contra o governo sírio.
Depois desses bombardeios, Moscou suspendeu sua participação no acordo de prevenção de incidentes aéreos em vigor na Síria.
"O presidente (Vladimir) Putin confirmou estar disposto a restabelecer" o acordo de prevenção de incidentes aéreos "sob a condição de que nosso objetivo comum seja a luta contra o terrorismo", frisou Lavrov, durante a coletiva com Tillerson.
A visita do secretário de Estado americano a Moscou, a primeira de um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos desde que Donald Trump assumiu a Presidência, foi dominada pelo tema do conflito sírio.
Nos últimos dias, as autoridades dos dois países têm-se enfrentado em declarações divergentes sobre o suposto ataque químico à cidade síria de Khan Sheikhun e após a mudança de posição do presidente americano, ao ordenar o primeiro bombardeio contra o Exército sírio desde o início do conflito, há seis anos.