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Deslizamento de montanha de lixo mata 19 pessoas no Sri Lanka

O acidente ocorreu em Kolonnawa, ao nordeste de Colombo, quando uma montanha de lixo de 91 metros de altura, desestabilizada pelas chuvas torrenciais, pegou fogo e caiu em cima das casas

Agência France-Presse
postado em 15/04/2017 14:08
Pelo menos 19 pessoas, incluindo quatro crianças, morreram no Sri Lanka quando uma montanha de lixo deslizou, soterrando vários barracos em um bairro da capital Colombo.
O balanço anterior de vítimas relatava quinze mortos.

De acordo com a porta-voz do hospital nacional de Colombo, Pushpa Soysa, dois meninos e duas meninas com entre 11 e 15 de idade estão entre as vítimas do acidente. No total, 21 pessoas foram levadas ao hospital, segundo a mesma fonte.

O deslizamento ocorreu em Kolonnawa, ao nordeste de Colombo, quando uma montanha de lixo de 91 metros de altura, desestabilizada pelas chuvas torrenciais, pegou fogo e caiu em cima das casas.

"Estamos em alerta e à espera de possíveis novas vítimas. Algumas pessoas que foram retiradas dos escombros foram trazidas durante a noite", declarou a porta-voz à AFP. "As operações de busca continuam, e por isso esperamos mais vítimas".

Os primeiros corpos resgatados foram os de um menino de 12 anos e os de dois adolescentes. Além disso, três pessoas foram retiradas com vida dos escombros, mas faleceram antes de chegarem ao hospital.

O primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, atualmente em visita ao Japão, assegurou que medidas seriam tomadas para retirar essa montanha de lixo, mas que seu deslizamento aconteceu antes das operações.

"As pessoas que perderam suas casas e aquelas que precisaram ser reinstaladas serão indenizadas", ressaltou em um comunicado. "Vamos cumprir nossa promessa" de retirar a montanha de lixo, acrescenta o texto.

O empresário Saman Wimalasiri foi um dos primeiros a ajudar a resgatar as pessoas presas dentro das casas. "Nós usamos cordas e retiramos uma mulher idosa que estava presa sob os escombros de sua própria casa", relatou à AFP. "Levou cerca de quatro horas para colocá-la em segurança".

Os primeiros resgates foram realizados por voluntários como Wimalasiri até que o presidente Maithripala Sirisena ordenou a mobilização de centenas de soldados e policiais na área para ajudar os bombeiros.

"Há uma operação de busca em curso", declarou a polícia em um comunicado.

Um total de 145 casas, em sua maioria barracos, foram destruídas na catástrofe, informou a polícia.

Os moradores da área denunciaram várias vezes os problemas causados %u200B%u200Bpor este lixão ao ar livre, onde se acumulam 23 milhões de toneladas de lixo e que todos os dias recebe mais 800 toneladas.

"Claro que as pessoas estão com raiva, porque há tempos as autoridades ignoram suas queixas", declarou o ex-prefeito e político local Guttila Silva. "Temo que o número de mortos irá aumentar, porque mais de uma dúzia de pessoas ainda seguem desaparecidas".

Mais de 600 pessoas foram realojadas temporariamente em uma escola pública nas proximidades, enquanto as autoridades procuraram alojamento alternativo para aqueles que vivem perto do lixão.

Muitos habitantes haviam sido evacuados antes da tragédia em razão das fortes chuvas. "Haveria ainda mais vítimas se a maioria das pessoas não tivesse deixados suas casas mais cedo durante o dia", declarou à imprensa um responsável pelas operações de resgate.

O Parlamento do Sri Lanka foi recentemente advertido de que as 23 milhões de toneladas de lixo em Kolonnawa eram um perigo grave para a saúde da população.

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