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Comissão Europeia pede investigação transparente sobre referendo na Turquia

Antes mesmo da divulgação oficial do resultado do referendo, uma vitória apertada do 'Sim', os dois principais partidos de oposição, o CHP e o pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP), denunciaram "manipulações" durante a votação

Agência France-Presse
postado em 18/04/2017 08:21
Bruxelas, Bélgica - A Comissão Europeia pediu nesta terça-feira que a Turquia realize uma "investigação transparente" sobre o resultado do referendo de domingo, depois que uma missão conjunta da OSCE e do Conselho da Europa indicou que a votação "não esteve à altura dos critérios europeus".

"Pedimos a todos que demonstrem contenção e às autoridades que iniciem uma investigação transparente sobre as supostas irregularidades constatadas pelos observadores", afirmou o porta-voz do Executivo comunitário, Margaritis Schinas.
A declaração foi feita poucos minutos antes de o principal partido da oposição na Turquia, o social-democrata CHP, apresentar formalmente ao Alto Conselho Eleitoral (YSK) um pedido de anulação do referendo de domingo sobre a reforma constitucional, que concede amplos poderes ao presidente Recep Tayyip Erdogan.

Antes mesmo da divulgação oficial do resultado do referendo, uma vitória apertada do ;Sim;, os dois principais partidos de oposição, o CHP e o pró-curdo Partido Democrático dos Povos (HDP), denunciaram "manipulações" durante a votação. O presidente turco já rejeitou as conclusões dos observadores internacionais e abriu a porta para um referendo sobre o restabelecimento da pena de morte, uma "linha vermelha" para a UE, assim como outra consulta sobre o prosseguimento com as negociações de adesão ao bloco.

Ao falar sobre a reintrodução da pena capital, o porta-voz da Comissão Europeia afirmou que "não é apenas uma linha vermelha, e sim a mais vermelha de todas as linhas" e "representaria um sinal claro de que a Turquia não quer ser um membro da família europeia". "Estimulamos a Turquia a aproximar-se da União Europeia de novo e não a afastar-se mais e mais rápido de nós", declarou Schinas.

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