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Maduro acusa presidente do Parlamento de liderar golpe de Estado

Julio Borges pediu às Forças Armadas, aliadas de Maduro e com enorme poder político e econômico, que sejam "leais" à Constituição e que permitam a realização de uma manifestação pacífica

Agência France-Presse
postado em 19/04/2017 07:14
Caracas, Venezuela - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que o chefe do Parlamento, Julio Borges, lidera um golpe de Estado contra seu governo e deve ser levado à Justiça.

"O que Borges fez no dia de hoje configura um crime contra a Constituição e assim deve ser entendido. Ele convoca abertamente para um golpe de Estado os membros das Forças Armadas, ignorando sua hierarquia, seus comandantes. Isto está tipificado como uma ruptura constitucional", afirmou Maduro em reunião com o alto comando político e militar.


Julio Borges pediu às Forças Armadas, aliadas de Maduro e com enorme poder político e econômico, que sejam "leais" à Constituição e que permitam a realização de uma manifestação pacífica.

"Seus chefes nas Forças Armadas têm que escutar a queixa dos homens que usam uniforme e que também sofrem com a crise; uma queixa que não estamos pedindo que se use para uma rebelião, um golpe de Estado ou motim (...), mas sim para exigir que parem os abusos, o assédio, a repressão", declarou Borges na escadaria da sede legislativa.

Segundo o presidente venezuelano, Borges "assumiu a responsabilidade de liderar o golpe que decretaram hoje nas escadas da Assembleia Nacional. O mundo inteiro tem que repudiar este chamado".

"Chegou a hora do combate. Povo em alerta. Estamos em horas cruciais para o destino da nossa pátria", advertiu Maduro.

Os organizadores do ato desta quarta-feira estabeleceram 26 pontos de saída para a marcha que pretende chegar à Defensoria do Povo, no centro de Caracas, um reduto chavista. Aliados do governo já anteciparam que, como sempre, não vão deixar que entrem nessa área.

Referindo-se à "mãe das marchas", o vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, convocou os membros e simpatizantes da oposição a "transbordar as ruas para dizer a Maduro que não permitiremos uma ditadura".

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