Agência France-Presse
postado em 19/04/2017 08:57
Yokosuka, Japão - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, prometeu nesta quarta-feira uma "resposta esmagadora em caso de ataque" da Coreia do Norte ante um auditório de soldados americanos do porta-aviões Ronald Reagan, estacionado no Japão. Há "nuvens no horizonte", disse o número dois do Executivo americano, que classificou o regime comunista da Coreia do Norte de "ameaça mais perigosa e urgente para a paz e a segurança na Ásia Pacífico".
Pence fez estas declarações no Japão, onde realiza uma visita de dois dias depois de ter passado pela Coreia do Sul e, em particular, por sua fronteira com a Coreia do Norte, em plena tensão com os Estados Unidos pela probabilidade de que Pyongyang esteja preparando seu sexto teste nuclear.
O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Han Song-Ryon, afirmou na terça-feira à BBC que o ritmo de testes balísticos irá acelerar. "Vamos realizar mais testes de mísseis semanalmente, mensalmente e anualmente". Diante da atitude da comunidade internacional, que considera estes testes uma provocação e uma violação das resoluções da ONU, Pence já advertiu há alguns dias que "todas as opções estão sobre a mesa".
"Derrotaremos qualquer ataque e reagiremos ao uso de qualquer arma convencional ou nuclear com uma resposta esmagadora", afirmou, citando a "determinação do presidente Trump e das forças armadas dos Estados Unidos". O porta-aviões "Ronald Reagan", que se encontra na base naval americana de Yokosuka, forma parte da sétima frota de Washington e está pronto para uma mobilização programada no Pacífico ocidental.
Outro componente da sétima frota, o porta-aviões "USS Carl Vinson", atualmente diante da costa australiana, planeja chegar na próxima semana ao mar do Japão (mar do Leste, em sua denominação sul-coreana).
Relações delicadas com Pequim
Esta retórica de guerra preocupa Coreia do Sul e Japão, vizinhos do regime de Pyongyang. Na terça-feira, o presidente japonês, Shinzo Abe, pediu o favorecimento da via diplomática e pacífica, um diálogo que terá que passar forçosamente pela China, como reconheceu Trump, silenciando suas críticas à política econômica de Pequim.
"O que deveria fazer? Lançar uma guerra comercial contra a China enquanto (o presidente chinês, Xi Jinping) trabalha em um problema claramente maior, na Coreia do Norte?", se perguntou o presidente em uma entrevista transmitida na terça-feira pela rede americana Fox News.
Estas declarações representam uma mudança de atitude do presidente americano, que há alguns dias ainda garantia querer resolver sozinho a questão nuclear norte-coreana se Pequim não conseguisse controlar seu turbulento vizinho.