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Iraquiano faz limusine 'à mão' para celebrar casamentos em Gaza

Salama al Odi dirige a agência Farha, que além de organizar casamentos também oferece empréstimos para ajudar os jovens a se casarem

Agência France-Presse
postado em 23/04/2017 14:55
Salama al Odi dirige a agência Farha, que além de organizar casamentos também oferece empréstimos para ajudar os jovens a se casarem
Diante da impossibilidade de importar limusines na Faixa de Gaza, um organizador de festas de casamento desse território palestino fabricou "à mão" a sua, usando peças de cinco veículos diferentes.

Salama al Odi dirige a agência Farha, que além de organizar casamentos também oferece empréstimos para ajudar os jovens a se casarem.

No entanto, não conseguiu introduzir uma limusine neste pequeno enclave palestino, situado entre o Egito, Israel e o Mediterrâneo, que há dez anos sofre com um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo imposto por Israel.

O outro ponto de passagem, em direção ao Egito, situado no sul da Faixa de Gaza, está quase sempre fechado.

"Não pudemos importar um carro", lamenta Odi à AFP, contando que por isso decidiu apelar ao seu engenho, em um território estreito e superpovoado onde 45% dos habitantes estão desempregados.

Em sua pequena oficina mecânica, um grupo de homens trabalha montando peças de cinco carros distintos no esqueleto de uma enorme Mercedes branca.

Cerca de 30 pessoas trabalharam no planejamento desta limusine improvisada.

"Foram necessários três meses e 21.000 dólares" para construir o veículo, cujo interior é rosa claro e foi "totalmente montado em Gaza", diz Odi.

A construção está quase concluída, e na próxima quinta-feira os primeiros recém-casados poderão usar o carro, decorado com grinaldas e com desenhos pintados à mão na carroçaria.

A limusine faz parte de uma oferta acessível que Salama al Odi propõe aos jovens de Gaza, onde cada vez há menos festas de casamento por falta de meios.

O inventor também espera que o fato de que sua limusine seja vista pelas ruas de Gaza seja uma forma de dizer aos milhões de palestinos que "não cedam às proibições" israelenses. "É preciso responder inventando e se aventurando", assegura.

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