Agência France-Presse
postado em 23/04/2017 18:38
Cerca de 70% dos 47 milhões de eleitores habilitados votaram no primeiro turno das eleições presidenciais francesas, neste domingo. De acordo com as primeiras estimativas, o candidato centrista Emmanuel Macron, e a candidata da extrema direita, Marine Le Pen, se qualificaram para disputar o segundo turno, em 7 de maio.
Como se elege o presidente?
O chefe de Estado é eleito por sufrágio universal direto, em votação uninominal majoritária em dois turnos, por um mandato de cinco anos, renovável uma vez.
Para ser eleito, deve obter a maioria absoluta dos votos expressos em um ou dois turnos, independentemente da taxa de participação.
O voto em branco, que permite expressar uma rejeição das opções propostas, não é reconhecido na França. Desde a promulgação de uma lei em 2014, esses votos são contados separadamente dos votos nulos e somados como tal na ata de cada colégio eleitoral, mas não são tidos em conta no cálculo dos votos expressos.
Quem são os candidatos?
Neste domingo, os eleitores tiveram que escolher entre onze candidatos, um a mais que em 2012, mas cinco a menos do que em 2002 - ano recorde em termos de candidaturas.
Segundo estimativas de três institutos de pesquisa, Emmanuel Macron, de 39 anos (Em Marche, centro) obteve entre 23% e 24% dos votos, à frente de Marine Le Pen, de 48 anos (Frente Nacional, extrema direita), com 21,6% e 23% dos votos.
De acordo com estas mesmas estimativas, o candidato da direita François Fillon (19%-20,3%) e o candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon (19,5%-20%) foram eliminados, empatados no terceiro lugar. Atrás destes, com grande distância, aparece o candidato socialista Beno;t Hamon, com 6,1% a 7% dos votos.
Os outros candidatos foram os soberanistas Nicolas Dupont-Aignan, 56 anos; Jacques Cheminade, 75 anos e François Asselineau, 59 anos; os trotskistas Nathalie Artahud, 47 anos, e Philippe Poutou, 50 anos; e o pastor Jean Lassalle, de 61 anos.
Como acontece a votação?
Nas listas eleitorais estão inscritos 46,97 milhões de eleitores, dos quais 1,3 milhão de residentes franceses no exterior.
De acordo com a rádio Europe 1, foram impressos mais de um milhão de cédulas com mais de 1,3 toneladas de papel reciclado.
Os 66.546 postos de votação na França abriram às 08H00 (03H00 de Brasília) e fecharam às 19H00 (14H00 de Brasília), uma hora mais tarde do que nas eleições presidenciais anteriores.
Em algumas grandes cidades, vão permanecer abertos até 20H00. A votação teve lugar no sábado, nas Antilhas Francesas, Guiana (América do Sul), em Saint Pierre e Miquelon (arquipélago francês da América do Norte) e Polinésia Francesa (Pacífico sul).
Para garantir a segurança, foram mobilizados mais de 50.000 policiais e gendarmes, apoiados por 7.000 militares da operação Sentinela.
Foi a primeira vez que uma eleição presidencial é disputada em um regime de estado de urgência, instaurado após os atentados de 13 de novembro de 2015, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
E os resultados?
A lei francesa proíbe a publicação de resultados, exceto aqueles relacionados à participação, antes do encerramento da votação às 20h00 locais (15h00 de Brasília) para evitar influenciar os eleitores.
O fechamento tardio dos postos de votação complica o trabalho dos institutos de pesquisa. As primeiras estimativas serão atualizadas com frequência durante a noite, acompanhando a coleta de resultados.
O segundo turno será disputado em 7 maio entre Macron e Le Pen para suceder o presidente socialista François Hollande.
Nenhum candidato foi eleito no primeiro turno desde a instauração, em 1962, do sufrágio universal direito, sob a V República.
A posse do oitavo presidente da V República terá lugar o mais tardar em 14 maio, quando expira o mandato de Hollande.