Agência France-Presse
postado em 26/04/2017 22:25
O presidente Donald Trump pode decidir nos próximos dias a saída dos Estados Unidos do Nafta, que integra com México e Canadá, revela a imprensa local nesta quarta-feira.
Em uma notícia que menciona fontes próximas ao governo, o Wall Street Journal afirma que a Casa Branca poderá sair do Nafta como uma estratégia para renegociar o acordo.
Em um comunicado à imprensa, o secretário americano de Comércio, Wilbur Ross, apenas comentou que "há um rumor sobre um decreto; é apenas um rumor, e só realizo comentários sobre o que temos feito ou estamos fazendo, e não sobre rumores".
Os países do tratado devem dar um aviso prévio de 90 dias para qualquer pedido de renegociação, e de seis meses para retirar-se.
De acordo com o jornal, o governo de Trump analisa atualmente as duas opções, a de pedir uma renegociação ou a de anunciar sua saída.
O The New York Times e a rede de televisão CNN também divulgaram nesta quarta-feira informações similares em suas edições digitais.
Desde a campanha eleitoral do ano passado, Trump classificou o Nafta como um "desastre" e um "péssimo acordo" para a economia americana por ter levado empregos dos EUA para o México e o Canadá.
Na segunda-feira, o governo americano anunciou a imposição de tarifas sobre a madeira canadense e ameaçou fazer o mesmo com os produtos lácteos do Canadá. A madeira e os derivados de leite não estão cobertos pelo Nafta.
Com relação ao México, Trump ameaçou impor tarifas aos automóveis montados no país para o mercado americano, mecanismo previsto pelo tratado em vigor desde 1994.
Com a intensa onda de rumores, a associação americana de produtores de cereais acendeu a luz de alarme.
"México e Canadá são dois dos mais importantes mercados para nossas exportações e nossa organização tem trabalhado com seus associados nesses dois países durante 30 anos", afirmou em comunicado.
"Estamos surpresos e inquietos de ver informações indicando que o governo de Trump considera um decreto sobre a retirada dos Estados Unidos do Nafta", acrescentou a organização.