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Partido Democrata italiano elege seu líder; Renzi é favorito

O ex-presidente do Conselho italiano tinha fixado um milhão de eleitores como meta para o sucesso da votação.

Agência France-Presse
postado em 30/04/2017 17:29
O ex-presidente do Conselho italiano Matteo Renzi é o favorito para voltar a assumir a liderança do Partido Democrata (PD, centro-esquerda), no poder na Itália, após eleições primárias abertas celebradas neste domingo, que contaram com uma participação maior do que a esperada. Os resultados serão anunciados durante a noite.

Às 17h locais (12h de Brasília), quase 1,5 milhão de pessoas haviam votado, segundo os organizadores, uma cifra inferior à de eleições anteriores, mas que superou as expectativas com folga. Renzi tinha fixado um milhão de eleitores como meta para o sucesso da votação.

Os cerca de 10.000 colégios eleitorais, instalados em centros culturais, bares ou nas ruas, abriram às 08h locais (03h de Brasília) e fecharam às 20h (15h). Renzi enfrenta dois candidatos considerados mais de esquerda do que ele: Andrea Orlando, atual ministro da Justiça, e Michele Emiliano, governador da região de Apulia, ao sul.

Em uma primeira fase interna da votação, o ex-chefe de governo havia obtido 66,7% dos votos contra 25,3% para Orlando e 8% para Emiliano. "É um festival de democracia", disse Renzi à imprensa após votar. "Espero que os outros também o façam", afirmou em uma crítica velada, particularmente ao Movimento 5 Estrelas (M5S), com o qual o PD está empatado nas pesquisas e que organiza suas primárias pela internet.

Renzi, de 42 anos, demitiu-se em dezembro após perder um referendo constitucional chave em seu país. Confrontado aos protestos da ala esquerda do seu partido, ele decidiu, em meados de fevereiro, renunciar à liderança da formação, mas deixando a porta aberta para voltar com mais legitimidade em uma nova votação.

Agradecimento

"Aconteça o que acontecer, um obrigado gigantesco", escreveu Renzi no Facebook, ao fim da votação em um longo texto no qual evocou os cinco meses "de leituras, de poesias, de reflexões e de tanta música" desde a sua renúncia à frente do governo.

Quando chegou à chefia do partido, em dezembro de 2013, Renzi obteve cerca de 68% dos votos de mais de 2,8 milhões de eleitores.

"Mais que uma competição, estamos diante de uma legitimação, uma espécie de coroação de Renzi como líder do PD. Podemos esperar que Renzi obtenha um grande êxito, mas com uma participação baixa. As pessoas de esquerda não parecem estar mobilizadas", explicou Lorenzo de Sio, professor de sociologia política da universidade LUISS de Roma.

Todos os italianos com mais de 16 anos estavam habilitados a votar, além dos cidadãos de países da União Europeia que vivem no país e também os estrangeiros com visto de residência, com a única condição de pagar uma contribuição de dois euros.

O vencedor da votação leve conduzir o PD às próximas eleições legislativas, previstas para a primavera de 2018, a não ser que os parlamentares decidam antes uma reforma eleitoral visando eleições antecipadas.

Renzi pretende que se celebrem no fim deste ano. Ao contrário de seus adversários, Renzi não descarta governar em coalizão com a centro-direita de Silvio Berlusconi se o sistema proporcional exigir nas próximas legislativas.

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